Enchentes no RS

Enchentes no RS: itens devem ser priorizados para doação; entenda

Participantes de campanhas solidárias explicam que roupas íntimas, produtos de higiene e água são as maiores necessidades

Peças de roupa íntimas novas, roupas de cama e produtos de higiene são alguns dos itens que devem ser priorizados  -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Peças de roupa íntimas novas, roupas de cama e produtos de higiene são alguns dos itens que devem ser priorizados - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

Uma onda de solidariedade se formou no Brasil em prol das vítimas das enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul. Doações de todas as formas estão sendo feitas em uma rede de contribuições que vai desde alimentos, até ração para os animais de estimação. Porém, alguns itens ainda estão em falta na ajuda humanitária.

De acordo com a coordenadora da campanha solidária Liga do Bem, Patrícia Seixas, o volume de roupas recebido é muito grande. “Fica o pedido para as pessoas diminuírem a quantidade de roupa doada, é o que toma mais tempo da gente e todos os grupos de voluntariado tem muitas unidades”, aponta a líder.

Peças de roupa íntimas novas, roupas de cama e produtos de higiene são alguns dos itens que ainda faltam nos donativos. “Produtos de limpeza como balde, vassoura, rodo, pano de chão, essas coisas, porque eles precisam limpar aqueles locais agora”, complementa a coordenadora ao Correio. Para os animais resgatados, ainda falta ração, coleira e caixa de transporte.

Em relação à alimentação, Patrícia afirma que a campanha recebeu uma quantidade boa de água, mas “quanto mais, melhor”. “Temos muitas cestas básicas, tanto aqui como no Sul”, acrescenta.

Situação de caos no Rio Grande do Sul

Na vivência de Letícia Fagundes, moradora de São Leopoldo, a situação se agrava com a falta de água e comida na região, que está ilhada pela grande quantidade de água. “Na nossa cidade ninguém entra e ninguém sai”.

“Não tem nada para vender no supermercado. Não tem pão, não tem leite, nem água”, conta. Letícia afirma que tentou ao máximo captar água de onde conseguiu, mas como a gasolina acabou, não dá para ir buscar em locais mais distantes.

Moradora de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, Georgia da Rosa de Almeida, 27 anos, conta que não tem mais itens básicos de vestimenta e reforça a necessidade das doações de água, ainda mais do que as de comida.

“Não tenho mais calcinhas, sutiãs nem toalhas. Eu saí de casa com um chinelo, uma mochila e só. E não adianta ter comida estocada, a gente comprou comida para cozinhar e dar para quem precisa comer. No momento, a gente precisa de água, que não voltou a água aqui ainda, e só conseguimos em alguns pontos em que estão distribuindo”.

A distribuição dos donativos da campanha da Liga continua. “Nós estamos mandando uma carreta hoje, às 19h para o Sul. Nós entregamos a primeira doação pela FAB, e agora, nessa remessa, irão pela carreta”, reitera Patrícia.

“É preciso que as pessoas doem aquilo que há de melhor e que vai fazer a diferença na vida daquelas pessoas. Não adianta a gente doar só por doar, temos que doar pensando no próximo que vai receber”, enfatiza a coordenadora da Liga do Bem.

Na campanha realizada pela Ação da Cidadania, as doações irão chegar, até o final da semana que vem, à marca de mil toneladas, afirma o coordenador nacional da iniciativa, Rodrigo Afonso, em entrevista ao Correio.

Afonso explica que, no momento, as doações “estão muito bem equilibradas”. O volume de donativos de água é o maior, já que é o ponto mais crucial. “Estamos recebendo e enviando alimentos, itens de higiene pessoal, primeiros socorros”, acrescenta.

A questão das vestimentas também é uma questão forte na iniciativa. “O que sempre sobra são as roupas. As pessoas doam muitas roupas e é um processo complexo porque precisa de triagem, separação. Dá muito trabalho e acaba sobrecarregando o processo de doação. Não precisa mais de roupa, porque já tem muita e não tem muita necessidade no momento”, reforça o coordenador.

Na análise de Rodrigo, as doações precisam vir tanto para o curto como para o médio e longo prazo. “Estamos falando de um processo de emergência, mas também temos o processo de quando as águas baixarem, as pessoas voltarem para suas casas e reconstruírem suas vidas. Temos um volume bastante grande que já está sendo encaminhado para o local, e vamos continuar nessa atuação nos meses em que essa demanda continuar”, finaliza.

Saiba onde doar

No DF, a Liga do Bem continua a receber doações em diversos pontos distribuídos pela capital, assim como valores em dinheiro por meio da chave Pix: apcnsocial@gmail.com. Os locais exatos de coleta podem ser consultados pelos stories do Instagram da campanha.

Em âmbito nacional, a Ação da Cidadania está arrecadando doações na unidade física do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, e também pela chave Pix: sos@acaodacidadania.org.br, ou por meio do site: www.acaodacidadania.org.br/emergencias.

O governo do Rio Grande do Sul está arrecadando valores pela iniciativa "SOS Rio Grande do Sul". O CNPJ 92.958.800/0001-38 é a chave utilizada no Pix da conta no Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul).

*Estagiários sob supervisão de Ronayre Nunes

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postado em 09/05/2024 21:21
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