tragédia no sul

Chegada do frio tende a estancar inundações no Rio Grande do Sul

Rio Grande do Sul terá fim de semana de trégua depois de 24 horas com chuvas fortes. Tragédia deixou até agora 163 mortos, 63 desaparecidos, 581.638 desalojados e 63.918 pessoas vivendo em abrigos

Centro de Porto Alegre volta a ser inundado pelas chuvas na maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul - 24/05/2024 -  (crédito: Henrique Lessa / CB / DA Press)
Centro de Porto Alegre volta a ser inundado pelas chuvas na maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul - 24/05/2024 - (crédito: Henrique Lessa / CB / DA Press)

O Rio Grande do Sul terá um fim de semana de trégua depois de 24 horas com chuvas fortes e novos alagamentos em vários pontos do estado. Ao todo, a tragédia deixou até agora 163 mortos, 63 desaparecidos, 581.638 desalojados e 63.918 pessoas vivendo em abrigos.

A trégua será porque uma onda de ar frio avança pelo estado e vai baixar a temperatura — o que já pode ser verificado ontem, com uma média de 16° em todo o estado. Estão previstas também rajadas de vento de até 70km/h, que impactarão no escoamento das águas.

Na região de Pelotas, a água acumulada na Praia do Laranjal — que extravasou da Lagoa dos Patos — não conseguirá voltar ao mar. No caso do Lago Guaíba, o vento também represará o acumulado das chuvas, que não terá força para seguir o fluxo rumo ao oceano. A previsão meteorológica é de dias de frio e de estagnação no nível das enchentes.

A prefeitura de Pelotas chegou a emitir um alerta, ontem, para o possível alagamento da cidade, devido à alta precipitação dos últimos dias combinada com o represamento da água por causa dos ventos. O canal São Gonçalo, que liga a Lagoa Mirim à dos Patos, atingiu 2,88m, o mesmo nível da histórica enchente de 1941.

Na região central do estado, a previsão de alto acúmulo de chuva continua assustando alguns municípios. Santa Maria registrou um índice pluviométrico de 138mm em menos de 48 horas. O nível de rios que cortam a região também aumentou — caso do Jacuí, principal afluente do Guaíba, que estava com 9,27m de profundidade, bem acima da cota de inundação.

A Defesa Civil do estado adiantou que na segunda e na terça-feira o Rio Grande do Sul estará em alerta, com riscos hidrológicos e meteorológicos, devido ao retorno do alto volume de chuvas.

Linha de crédito

O governo federal prepara, para a próxima semana, o anúncio de uma linha de crédito voltada para grandes empresas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O valor ainda não está fechado, mas, segundo integrantes do Ministério da Fazenda, poderá "passar de R$ 10 bilhões".

A expectativa é de que o anúncio seja feito, na segunda-feira, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. A ideia é atender as grandes empresas do setor industrial e do agronegócio, que não haviam sido contempladas nas primeiras medidas de crédito anunciadas pelo governo, há 15 dias.

O operador desses novos financiamentos será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que receberá recursos da União para oferecer taxas de juros abaixo das praticadas pelo mercado. Nesse caso, não haverá garantia do Tesouro, uma vez que a avaliação do Ministério da Fazenda é de que essas grandes empresas têm suporte de garantia, e o auxílio será dado via redução do custo do financiamento.

Será editada uma medida provisória para viabilizar a transferência de recursos para o BNDES e, segundo um integrante da equipe do ministro Fernando Haddad, a despesa não será contabilizada para o cumprimento da meta de resultado primário. A equipe econômica espera, com isso, concluir a primeira etapa do auxílio a empresas e pessoas físicas atingidas pelas inundações no Rio Grande do Sul. (Com Agência Estado) 

 

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postado em 25/05/2024 03:55