PATRIMÔNIO CULTURAL

MPF cobra ações para localizar acervo de Chico Mendes

Ministério Público Federal destaca que a falta de informações sobre a localização e as condições do material representa uma "iminente lacuna na memória coletiva"

O Ministério Público Federal (MPF) enviou uma representação ao Ministério Público do Acre pedindo que sejam avaliadas providências para a localização e a preservação do acervo cultural do líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes. O acervo, que inclui documentos e materiais de valor histórico, está desaparecido desde 2019.

O acervo estava sob a guarda da Biblioteca da Floresta, em Rio Branco. Em nota publicada na segunda-feira (25/8), o MPF informou que os itens desapareceram após o fechamento da biblioteca para reforma e manutenção em 2019. Em maio de 2022, um incêndio também afetou parte do prédio da biblioteca.

O MPF ressalta que a falta de informações sobre a localização e as condições do material representa uma “iminente lacuna na memória coletiva” e “dano e prejuízo concreto à coletividade”. A instituição destaca, ainda, a  importância do acervo para a preservação da memória e da identidade cultural do estado do Acre.

O documento, assinado pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão, Lucas Costa Almeida Dias, aguarda a análise do Ministério Público do Acre, que tem a atribuição para decidir sobre a adoção de medidas cabíveis para garantir a devida preservação do acervo cultural.

O Correio tenta contato com o Ministério Público do Acre, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Quem foi Chico Mendes?

  • Chico Mendes nasceu em 15 de dezembro de 1944, no seringal Porto Rico, próximo à fronteira do Acre com a Bolívia, em Xapuri (AC).
  • Com 16 anos Chico aprendeu a ler, escrever e pensar com Euclides Fernandes Távora, refugiado político que morava da família dele.
  • Em 1975, ele fez parte da diretoria do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasiléia, o primeiro criado no Acre, presidido por Wilson Pinheiro.
  • Em 1983, Chico foi eleito presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurai de Xapuri e intensificou a luta pelos direitos dos seringueiros, pela defesa da floresta, pela resistência contra a ditadura e pelos direitos dos trabalhadores.
  • Em 1985 Chico liderou a organização do primeiro Encontro Nacional dos Seringueiros.
  • Em 1985, Chico liderou a organização do primeiro Encontro Nacional dos Seringueiros. Mais de 100 seringueiros criaram o Conselho Nacional dos Seringueiros como entidade representativa e elaboraram uma proposta original de reforma agrária: as Reservas Extrativistas.
  • Entre 1987 e 1988, Chico Mendes ganhou o Global 500, prêmio da ONU, na Inglaterra, e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, nos Estados Unidos.
  • Em 22 de dezembro de 1988, em uma emboscada nos fundos de casa, ele foi assinado a mando de Darly Alves, grileiro de terras.

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