Rio Grande do Sul

Operação apreende 3 mil toneladas de sementes piratas

Esta é a maior operação já registrada no País contra o mercado ilegal de sementes e insumos agrícolas

Três mil toneladas de sementes piratas foram apreendidas no Rio Grande do Sul, em uma operação ocorrida entre os dias 26 e 29 de agosto. A ação foi realizada em conjunto pela Polícia Civil gaúcha e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e o montante confiscado foi avaliado em R$ 35 milhões.

Na operação, produtores foram autuados por posse de defensivos ilegais ou em situação de armazenamento irregular. Esta é a maior operação já registrada no País contra o mercado ilegal de sementes e insumos agrícolas.

Ao todo, a ação alcançou 14 municípios gaúchos. Entre as cidades, estão Cruz Alta, Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga e Palmeira das Missões.

O volume apreendido é o dobro da apreensão realizada em outubro do ano passado a partir de uma ação da CropLife Brasil. Na ocasião, a operação havia resultado na apreensão de 1,4 mil toneladas de sementes irregulares no município Santiago (RS) - a mercadoria foi avaliada à época em R$ 19,7 milhões.

Além das sementes piratas, uma empresa foi autuada por manter aeronave agrícola avaliada em R$ 1,5 milhão sem registro no Mapa.

Diversos produtores também foram flagrados em posse de defensivos ilegais ou armazenados de forma irregular, gerando risco de contaminação de grãos.

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Posição do setor

Em comunicado, a CropLife Brasil, entidade que reúne empresas de defensivos, sementes, biotecnologia e bioinsumos, reforça que apreensões como as realizadas na semana passada confirmam a gravidade de um problema que é recorrente no Brasil.

Um estudo, realizado em parceria entre a entidade e a consultoria Céleres, aponta que a pirataria de sementes de soja causa perdas anuais que chegam a R$ 10 bilhões, ocupando o equivalente a 11% da área plantada com a cultura no Brasil. No Rio Grande do Sul, epicentro da operação, o prejuízo pode alcançar R$ 1,1 bilhão por ano.

Em seu comunicado, a CropLife alerta também para o fato de que a ilicitude compromete a qualidade dos produtos, assim como a cadeia de produção e o estímulo à inovação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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