
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta quinta-feira (3/10), em entrevista ao programa CNN 360°, que o governo federal já dispõe de estoques estratégicos de antídotos para enfrentar os casos de intoxicação por metanol, que vêm sendo registrados em diferentes estados do país. Até o momento já foram registrados 113 casos suspeitos.
Segundo Padilha, dois medicamentos são considerados padrão-ouro no tratamento: o etanol farmacêutico, já disponível no Brasil, e o Fomepizol, produzido apenas no exterior. “O etanol farmacêutico é muito efetivo para esses casos de intoxicação. Já fizemos uma compra de um estoque estratégico pelo Ministério da Saúde, pelo governo federal e pela empresa dos hospitais universitários do MEC. Ele está disponível para os centros de referência e para gestões estaduais”, explicou.
O ministro destacou ainda que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou 609 farmácias de manipulação em todo o país que podem fornecer o etanol farmacêutico. Já em relação ao Fomepizol, o ministério acionou diretamente os poucos fornecedores internacionais e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). “Fizemos a solicitação não só de uma doação imediata de 100 tratamentos, como também uma manifestação de intenção de compra de até mil tratamentos”, disse.
Situação considerada “anormal”
Padilha ressaltou que o atual surto tem características inéditas em relação ao histórico do país. “Nos últimos anos, tínhamos em média 20 casos por ano. Mas agora, só entre agosto e setembro, no estado de São Paulo, registramos a mesma quantidade que tínhamos anualmente em todo o Brasil”, afirmou.
O ministro explicou que, historicamente, os casos de intoxicação envolviam tentativas de autoagressão ou pessoas em situação de rua. O cenário atual, porém, mostra outro perfil de vítimas, o que levou o governo a classificar a situação como “absolutamente anormal”.
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