
A possível intoxicação por metanol que levou o cantor Hungria a ser internado em Brasília ainda não tem origem confirmada, mas médicos que acompanham o caso acreditam que a contaminação pode ter ocorrido em São Paulo, onde o artista fez show no último domingo (28/9). A suspeita é reforçada pelo fato de a casa de shows onde ele se apresentou ter sido interditada pela vigilância sanitária como ação preventiva.
“Ele não fez uso de metanol puro, mas de bebidas adulteradas com etanol e metanol, o que pode retardar a manifestação dos sintomas em até 72 horas. Por isso, acreditamos que a intoxicação pode ter ocorrido em São Paulo, mas só será possível confirmar com as investigações policiais”, afirmou o médico Leandro Machado, integrante da equipe que acompanha o cantor.
Segundo ele, exames laboratoriais devem confirmar em até cinco dias a presença da substância no organismo. Enquanto isso, autoridades do Distrito Federal e de São Paulo atuam em conjunto para identificar a origem das bebidas adulteradas. “Há uma cooperação entre as polícias civis dos dois estados e a Anvisa, que vai analisar tanto as amostras recolhidas aqui em Brasília quanto os lotes apreendidos em São Paulo”, explicou José Souto Lima, advogado da família.
Apesar da gravidade do caso, os médicos destacam que Hungria apresenta sinais de melhora após os procedimentos de hemodiálise e uso de antídotos. “Nosso papel é tratar e minimizar os impactos. O paciente está respondendo bem, e a perspectiva é positiva”, ressaltou Leandro.
Relembre o caso
O rapper de Ceilândia Gustavo da Hungria Neves, o Hungria, foi internado nessa quinta-feira (2/10) no hospital DF Star após ingerir vodca supostamente adulterada com metanol. O artista passou a noite de quarta-feira em uma confraternização na casa de amigos em Vicente Pires e, pela manhã, sentiu-se mal.
Artista de 34 anos deu entrada no hospital com dores de cabeça, vômitos, visão turva e acidose metabólica, sintomas similares aos de pacientes que comprovadamente ingeriram bebida com o metanol. O rapper foi transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde passa por hemodiálise.
O Instituto de Criminalística da Polícia Civil concluiu que a bebida que o canto ingeriu não estava contaminada com metanol. Entretanto, os peritos encontraram indícios de falsificação entre as garrafas apreendidas durante a fiscalização. O laudo oficial ficará pronto ainda hoje.
Cidades DF
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