Operação Contenção

Moradores levam mais de 60 corpos à praça no Rio após operação

Os corpos foram localizados na mata entre os complexos do Alemão e da Penha e não constam no balanço oficial de mortos divulgados até agora

Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro -  (crédito: Tomaz Silva /Agência Brasil)
Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro - (crédito: Tomaz Silva /Agência Brasil)

Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram na madrugada desta quarta-feira (29) 64 corpos para a praça São Lucas. Segundo relatos da população, os corpos foram localizados na mata entre os complexos do Alemão e da Penha, onde foi realizada a Operação Contenção, a mais letal da história do estado, na terça-feira (28/10).

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Cerca de 2,5 mil fortemente armados entraram nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, onde houve tiroteios, incêndios e confrontos com suspeitos. Ao menos 64 pessoas morreram —  os corpos levados à praça não constam no balanço oficial de mortos divulgados até agora.

Veja o vídeo:

A chamada Operação Contenção foi deflagrada para "combater a expansão territorial do Comando Vermelho". No total, 81 pessoas foram presas.

  • Uma mulher chora ao lado de um homem morto, em meio a uma fileira de corpos, na Praça São Lucas, na favela Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, Rio de Janeiro, Brasil, em 29 de outubro de 2025
    Uma mulher chora ao lado de um homem morto, em meio a uma fileira de corpos, na Praça São Lucas, na favela Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, Rio de Janeiro, Brasil, em 29 de outubro de 2025 Pablo PORCIUNCULA / AFP
  • Pessoas alinham corpos na Praça São Lucas, na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, Rio de Janeiro, Brasil, em 29 de outubro de 2025
    Pessoas alinham corpos na Praça São Lucas, na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, Rio de Janeiro, Brasil, em 29 de outubro de 2025 Pablo PORCIUNCULA / AFP
  • Mulheres choram ao lado de um homem morto em meio a uma fileira de corpos na Praça São Lucas, na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, Rio de Janeiro, Brasil, em 29 de outubro de 2025
    Mulheres choram ao lado de um homem morto em meio a uma fileira de corpos na Praça São Lucas, na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, Rio de Janeiro, Brasil, em 29 de outubro de 2025 Pablo PORCIUNCULA / AFP
  • Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro
    Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro Tomaz Silva/Agência Brasil

Além dos mortos e feridos, a megaoperação causou transtornos na cidade, com vias importantes completamente fechadas ou bloqueadas. Mais de 50 ônibus foram usados por supostos criminosos para montar barricadas, informou o sindicato Rio Ônibus.

Pelo menos 85 centros de ensino suspenderam as aulas. Em dezenas de escolas da Zona Sul carioca, os alunos foram liberados mais cedo diante da situação de alerta.

Governo federal

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) afirmou que acompanha com preocupação a operação e disse que o enfrentamento ao crime organizado deve ser conduzido com base em inteligência, planejamento estratégico e, sobretudo, na preservação da vida.

Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que todo o apoio do governo federal ao Rio de Janeiro tem sido oferecido e que "nenhum pedido do governador Cláudio Castro até agora foi negado".

A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), confirmou que o governo do Rio de Janeiro solicitou 10 novas vagas nas penitenciárias federais para transferência de presos de alta periculosidade, medida que depende de autorização judicial e será atendida assim que os trâmites legais forem concluídos.

O Correio tenta contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Com informações da AFP*

  • Google Discover Icon
postado em 29/10/2025 08:27 / atualizado em 29/10/2025 11:38
x