A presença digital de crianças e adolescentes no ambiente escolar sofreu uma queda significativa em 2025. Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, divulgada nesta quarta-feira pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), o percentual de estudantes entre 9 e 17 anos que acessam a internet nas escolas caiu de 51% em 2024 para 37% neste ano. A redução coincide com a entrada em vigor da Lei nº 15.100/2025, sancionada em janeiro, que restringe o uso de celulares em instituições de ensino.
O estudo, realizado em todo o território nacional, mostra que o celular continua sendo o principal dispositivo de conexão à internet para essa faixa etária, citado por 96% dos entrevistados. Em seguida, aparecem televisão (74%), computador (30%) e videogame (16%). O local mais comum de acesso permanece sendo o domicílio: 84% dos jovens relataram usar a rede várias vezes ao dia em casa. No ambiente escolar, apenas 12% afirmaram se conectar com a mesma frequência, enquanto 13% acessam a internet uma vez por semana e 9%, uma vez ao mês.
Apesar da queda no uso em escolas, o índice geral de acesso à internet entre crianças e adolescentes manteve-se estável. Em 2025, 92% dos jovens entre 9 e 17 anos são usuários da rede, totalizando 24,5 milhões de pessoas. A taxa é semelhante à registrada no ano anterior (93%) e ligeiramente inferior à de 2023 (95%).
Desconectados
Entretanto, chama atenção o aumento no número de jovens que nunca navegaram na internet. No ano passado, cerca de 492 mil crianças e adolescentes estavam desconectados. Neste ano, o total saltou para 710 mil. Esse crescimento revela que, apesar da ampla difusão digital, barreiras persistem no acesso universal à rede.
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O levantamento também detalha as principais atividades desenvolvidas on-line por esse público. As mais mencionadas foram pesquisas escolares (81%), busca por temas de interesse (70%), leitura de notícias ou consumo de vídeos informativos (48%) e conteúdos sobre saúde (31%).
Embora o uso da internet esteja consolidado como ferramenta educacional e de lazer, os pesquisadores alertam para os riscos associados à exposição precoce e desassistida. Para o Cetic.br, a mediação ativa por parte de pais e responsáveis, baseada no diálogo e na supervisão constante das atividades digitais, tende a ser mais eficaz na promoção de uma navegação segura e responsável.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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