Os jovens brasileiros nascidos entre 1996 e 2011 ainda preferem as estruturas trabalhistas e escolares tradicionais, de acordo com o levantamento da Nexus e Demà. A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (8/12), revela que a chamada de geração Z, apesar de ter nascido simultaneamente com a internet e de ter vivenciado a pandemia da covid-19 — que alterou a forma de ensino e trabalho —, mantém-se apegada a valores das gerações passadas.
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O estudo mostra que, dos 2.016 cidadãos com idade de 14 a 29 anos, 69% preferem um emprego com carteira assinada, representação de segurança e de direitos trabalhistas. Já a informalidade (sem registro em carteira e sem rotina fixa) é a preferência de 29% dos jovens. Outros 2% não souberam ou não responderam.
Sobre o modelo de trabalho, 48% dos entrevistados acreditam que o híbrido, ou seja, o que mistura dias no local de trabalho e dias em casa, é a melhor opção, enquanto o modelo totalmente presencial atrai 39%, seguido pelo 100% remoto, com somente 11% dos entrevistados. Outros 2% não souberam ou não responderam sobre este tema.
Um total de 84% dos ouvidos pela pesquisa vê a inteligência artificial (IA) como fator impactante para conseguir um emprego e 7 a cada 10 dos nascidos entre 1996 e 2011 acreditam que a tecnologia auxilia na aprendizagem. Já 24% acreditam que seja prejudicial e 7% não souberam ou não opinaram.
Na avaliação do diretor da Demà, Juan Carlos Moreno, os “dados são fascinantes porque revelam a dualidade que define a ‘geração digital’ de hoje”. “Eles nos mostram jovens pragmáticos, que abraçam a IA como uma ferramenta poderosa para a produtividade, mas, ao mesmo tempo, não abrem mão da segurança de um emprego formal e da riqueza da interação humana. É uma geração que busca o equilíbrio entre o tecnológico e o tradicional, selecionando o melhor de cada mundo para construir seu futuro.”
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Ensino
Afetada pela pandemia, a juventude brasileira teve aulas no formato on-line, e isso tem reflexo nos dados. O ensino presencial é a preferência de oito em cada 10 jovens (81%), que afirmam ter um rendimento melhor nesse modelo. Apenas 13% consideram que aprendem mais e melhor no formato on-line ou a distância. Por sua vez, 4% afirmam que não há diferença entre os modelos de ensino presencial e a distância (EAD) para o aprendizado, enquanto 2% souberam ou não responderam.
A Nexus entrevistou 2.016 cidadãos com idade entre 14 e 29 anos, nas 27 unidades da Federação, entre 14 e 20 de julho. A margem de erro da amostra é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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