Nos últimos anos, a Dieta Mediterrânea tem se destacado como um estilo alimentar benéfico, amplamente reconhecido por suas propriedades saudáveis e pela capacidade de reduzir riscos de doenças metabólicas, incluindo o diabetes tipo 2. Esse padrão alimentar destaca-se pelo consumo abundante de frutas, vegetais, grãos integrais e azeite extravirgem, enquanto limita o consumo de carne vermelha e alimentos processados. Um estudo recente sugere que uma versão hipocalórica dessa dieta pode ser especialmente eficaz na prevenção do diabetes tipo 2, quando combinada com um estilo de vida ativo.
A pesquisa, conduzida na Espanha, envolveu mais de 4.700 adultos entre 55 e 75 anos de idade, todos em situação de risco elevado para diabetes tipo 2 devido a fatores como sobrepeso e obesidade, mas sem diagnósticos prévios de doenças cardiovasculares. A proposta foi uma abordagem dual, combinando mudanças dietéticas e aumento da atividade física, para avaliar o impacto na prevenção do diabetes ao longo dos anos.
Como a Dieta Mediterrânea hipocalórica se diferencia?
O elemento distintivo desta pesquisa foi o foco em uma Dieta Mediterrânea com redução calórica. Os participantes do grupo de intervenção seguiram um plano alimentar com 30% menos calorias, enfatizando o alto consumo de nozes e azeite extravirgem, em detrimento de carnes, bebidas açucaradas e outros alimentos ultraprocessados. Paralelamente, foi implantado um programa de estilo de vida intensivo, promovendo a prática de atividades físicas diárias, como caminhadas de 45 minutos diários, aliado ao estabelecimento de metas de perda de peso com suporte comportamental.

Quais foram os achados do estudo?
Após um período de seis anos de acompanhamento, os resultados demonstraram uma diminuição de 31% na incidência de diabetes tipo 2 no grupo submetido à dieta hipocalórica, em comparação com o grupo controle, que seguiu uma Dieta Mediterrânea “ad libitum”, sem restrições calóricas. Além disso, os participantes do grupo de intervenção apresentaram uma redução média de peso corporal de 3,7% e uma diminuição de 3,6 centímetros na circunferência da cintura, ressaltando a eficácia da combinação de dieta controlada e exercícios físicos regulares.
Qual é o papel da atividade física neste contexto?
A inclusão de um programa estruturado de atividade física foi crucial para potencializar os efeitos benéficos da Dieta Mediterrânea. O incentivo a práticas de exercícios simples, como caminhar, foi um componente essencial para melhorar a saúde metabólica dos participantes, contribuindo para a redução de peso e mitigando o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2. Essa abordagem alinha-se à compreensão atual de que, para uma vida saudável, a conjugação entre alimentação balanceada e atividade física é imprescindível.
A Dieta Mediterrânea é o caminho para a prevenção do diabetes?
Embora este estudo ofereça evidências promissoras quanto à eficácia de uma Dieta Mediterrânea ajustada na prevenção do diabetes tipo 2, é importante destacar que tais mudanças alimentares devem ser parte de um estilo de vida mais abrangente. O sucesso do programa não reside apenas na escolha dos alimentos, mas na mudança comportamental integral que inclui nutrição, atividade física e suporte contínuo. Esta pesquisa reforça a relevância de abordagens holísticas e personalizadas na promoção da saúde e prevenção de doenças metabólicas.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271









