O cajá (Spondias mombin), também conhecido como taperebá ou cajazeiro, é uma fruta tropical amplamente cultivada e apreciada em diversas regiões, especialmente no Brasil. Além de seu sabor agridoce e refrescante, o cajá é reconhecido por suas propriedades medicinais, com benefícios atribuídos a diferentes partes da planta, incluindo a fruta, folhas e casca.
- Ação Anti-inflamatória Natural
- Propriedades Antimicrobianas
- Suporte à Saúde Digestiva
Ação anti-inflamatória natural
O cajá possui compostos fenólicos e flavonoides que conferem a ele uma notável capacidade anti-inflamatória. Esses fitoquímicos atuam na modulação de vias inflamatórias no organismo, auxiliando no alívio de dores e inchaços associados a processos inflamatórios. De acordo com um estudo publicado no African Journal of Biotechnology,
“Extratos de Spondias mombin demonstraram atividade anti-inflamatória significativa, inibindo a produção de mediadores pró-inflamatórios e contribuindo para a redução da dor e do edema em modelos experimentais” (NWACHUKWU; EKWU, 2013).
Propriedades antimicrobianas
Diversas partes da planta, como as folhas e a casca do cajazeiro, são reconhecidas por suas propriedades antimicrobianas. Elas contêm taninos, saponinas e alcaloides que podem combater o crescimento de bactérias e fungos, auxiliando no tratamento de infecções. Segundo pesquisa no Journal of Ethnopharmacology,
“Extratos de folhas e cascas de Spondias mombin exibiram ampla atividade antimicrobiana contra patógenos bacterianos e fúngicos clinicamente relevantes, corroborando seu uso na medicina tradicional para infecções e inflamações” (OLIVEIRA et al., 2008).
Suporte à saúde digestiva
O cajá é rico em fibras dietéticas, que são cruciais para a saúde do sistema digestório. As fibras auxiliam na regulação do trânsito intestinal, prevenindo a constipação e promovendo uma microbiota intestinal saudável. Além disso, a fruta pode ajudar a aliviar desconfortos gastrointestinais. Conforme o livro “Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas” de Harri Lorenzi e F. J. Abreu Matos,
“A Spondias mombin é tradicionalmente empregada para aliviar distúrbios digestivos, como diarreia e disenteria, devido à presença de taninos que conferem propriedades adstringentes e antidiarreicas” (LORENZI; MATOS, 2008).
Consumir a fruta fresca ou em sucos pode ser uma forma deliciosa de obter esses benefícios.
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Ação antioxidante
Os flavonoides e vitamina C presentes no cajá conferem-lhe uma importante ação antioxidante. Esses antioxidantes combatem os radicais livres, moléculas instáveis que podem causar danos celulares e contribuir para o envelhecimento e o desenvolvimento de doenças crônicas. Um estudo sobre a composição química e atividade antioxidante de frutos tropicais indicou que:
“O cajá apresenta um elevado teor de compostos fenólicos e vitamina C, o que se traduz em uma significativa capacidade de varredura de radicais livres, demonstrando seu potencial antioxidante e protetor celular” (FREIRE et al., 2017).
Potencial cicatrizante
Em algumas tradições populares, o cajá é utilizado topicamente para auxiliar na cicatrização de feridas. As propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas da planta podem contribuir para um processo de cicatrização mais rápido e eficiente, prevenindo infecções. Uma pesquisa que avaliou extratos da planta para cicatrização apontou que:
“Extratos de Spondias mombin demonstraram acelerar o fechamento de feridas e promover a regeneração tecidual, provavelmente devido à sua capacidade de reduzir a inflamação e combater infecções secundárias na área lesionada” (ADAMS et al., 2017).
Um tesouro tropical de propriedades curativas
- O cajá é uma fruta tropical com notáveis propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e antioxidantes, sustentadas por estudos científicos.
- Seus componentes são benéficos para a saúde digestiva e demonstram potencial na cicatrização de feridas.
- Incluir o cajá e seus derivados na sua dieta pode ser uma excelente forma de aproveitar esses benefícios terapêuticos e incorporar os poderes da natureza em seu bem-estar diário.
Referências bibliográficas
- ADAMS, J. D. et al. Wound healing activity of extracts from Spondias mombin Linn. (Anacardiaceae). Journal of Ethnopharmacology, v. 202, p. 1-7, 2017.
- FREIRE, E. L. et al. Chemical composition and antioxidant activity of tropical fruits from Brazil. Food Chemistry, v. 217, p. 611-618, 2017.
- LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.
- NWACHUKWU, C. U.; EKWU, D. Studies on the Anti-inflammatory Properties of the Aqueous Extract of the Stem Bark of Spondias mombin L. (Anacardiaceae). African Journal of Biotechnology, v. 12, n. 43, p. 6196-6202, 2013.
- OLIVEIRA, D. B. et al. Antimicrobial activity of Spondias mombin L. (Anacardiaceae) leaves. Journal of Ethnopharmacology, v. 119, n. 2, p. 306-310, 2008.








