CHUVAS

É só chover para faltar luz? A relação entre os fenômenos não é tão óbvia; entenda

O período de chuvas voltou com tudo para a capital nesta segunda-feira (21/9), mas os transtornos por conta da falta de eletricidade nem sempre têm ligação com as precipitações

Após quase 4 meses sem chuvas, nesta segunda-feira (21/9) vários pontos da capital finalmente voltaram a sentir o alívio na temperatura e o tradicional “cheirinho de chuva”. Entretanto, nem tudo é refresco. Com as pistas molhadas, congestionamentos tomam conta das vias, algumas ruas viram cachoeiras e pegar aquele ônibus cheio com as janelas fechadas é outro grande desafio. E entre os transtornos da época das chuvas, outro se destaca: a queda de energia.

Já teve aquela sensação de que basta cair algumas gotas para a escuridão reinar? Pois é, o Correio foi tentar entender como a distribuição de energia pode ser afetada pela chuva — e como você pode se proteger dos transtornos.

Segundo a Companhia Energética de Brasília (CEB), as quedas de energias não são necessariamente culpa das chuvas, mas, sim, de uma associação de fatores que podem ter sido criados ainda no período de seca.

Objetos jogados ou que ficaram presos nas fiações são um exemplo. É possível que materiais (como pipas velhas) que estejam em contato com a rede acarretem problemas à condução somente quando molhados, o que geralmente ocorre no período de chuvas.

Mas outra parte da culpa pelas quedas de energia é uma espécie de "consequência" do período de chuvas mais fortes. Como as rajadas de ventos fortes, que podem levar galhos às redes elétricas, e descargas atmosféricas. No caso desta segunda, a assessoria de imprensa da CEB lembra que inclusive existem mecanismos especiais que vão interromper — de forma automática — o fornecimento de energia caso um raio caia na rede (ou perto dela) ao ponto de gerar um desequilíbrio no sistema, isso como forma de proteção.

"Mesmo com toda a atuação preventiva e investimentos realizados, é praticamente impossível evitar 100% dos casos de falta de energia, uma vez que diversos fatores são responsáveis por essas ocorrências, como postes abalroados, tempestades tropicais (chuvas com rajadas de ventos fortes), descargas atmosféricas nas redes de energia, árvores na rede, objetos lançados na rede pelos ventos, furto de cabos e transformadores, entre outros. A falta de energia nesse período não se dá por causa da chuva propriamente dita e, sim, por conta de outros fatores associados”, aponta a companhia.

E como se proteger?

Mais do que deixar a casa no escuro, as quedas de energia podem gerar verdadeiros transtornos. Mas é possível se proteger de alguns. Para evitar danos a eletrodomésticos, ao perceber instabilidade na redes, as pessoas podem desligar o disjuntor geral da residência — o que interrompe a chegada de energia. Porém, se mesmo assim algum objeto for afetado pela queda, a CEB aponta que os usuários podem buscar ressarcimento: "Com relação à queima de equipamentos eletroeletrônicos é direito do consumidor, em casos que o dano tenha ocorrido em função de distúrbios na rede elétrica, solicitar o ressarcimento de danos".

Você pode saber detalhes sobre esse procedimento pelo link.

Outro problema com relação às quedas de energia está no semáforo. Além do nó no trânsito, ficar sem o auxílio dos pontos verde, amarelo e vermelho pode ser perigoso. Segundo a assessoria do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), em casos em que a sinalização que sofra com a queda de energia é importante que o motorista redobre a atenção durante a manobra e se possível avisar do defeito para a manutenção. "De imediato, o motorista deve proceder com mais atenção. Se possível avisar a central da Polícia Militar pelo 190, que acionará o Detran para solucionar o problema”.

A CEB ainda conclui lembrando que os cuidados da população com a energia elétrica devem ser constantes, independentemente do período de chuvas.