Pandemia

Secretário de Saúde do DF agradece a profissionais que atuam no Hran

Profissionais de saúde e de apoio que trabalham no Hran foram homenageados pela Orquestra Filarmônica de Brasília, nessa quarta-feira (7/4). "A vocês, profissionais de saúde, nossa reverência", disse o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto

Edis Henrique Peres
postado em 08/04/2021 06:00
Grupo de músicos foi reduzido para garantir as medidas de segurança sanitária -  (crédito: Geovana Albuquerque/Agencia Saude DF)
Grupo de músicos foi reduzido para garantir as medidas de segurança sanitária - (crédito: Geovana Albuquerque/Agencia Saude DF)

Na comemoração do Dia Mundial da Saúde e para agradecer aos profissionais que combatem a covid-19 diariamente, ontem, a Orquestra Filarmônica de Brasília (OFB) organizou o Concerto do afeto, apresentado nos jardins do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Para garantir as medidas de segurança sanitária, o número de músicos foi reduzido. O momento foi de emoção para a equipe de saúde e para os músicos que prestaram a homenagem.

No evento, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, agradeceu aos profissionais. “Nossa homenagem é para quem se mantém na linha de frente do combate a um inimigo invisível e mortal, enfrentando todos os desafios e cumprindo a nobre missão de salvar vidas. A vocês, profissionais de saúde, nossa reverência. Nesse último ano, mais que em qualquer outro, estão oferecendo tudo o que podem para que a vida prevaleça. Obrigado!”, disse.

Nas palavras do presidente e violinista da OFB, Doner Cavalcante, o concerto foi uma forma de retribuir, com música, o afeto e o cuidado que os profissionais da saúde e de apoio que trabalham no hospital dedicam na luta contra a pandemia. “A gente vê todos os dias, por meio das notícias, a situação do país e de Brasília e percebemos o tanto que o pessoal da saúde está envolvido. Eles também estão precisando de carinho, de cuidado, pois muitos colegas se foram. Neste momento, a gratidão e a solidariedade são essenciais. Todos esses profissionais envolvidos na linha de frente, como médicos, enfermeiros, pessoal da limpeza, porteiros e motoristas, merecem ouvir nossa gratidão”, explica o musicista.

Ele ressalta que apesar do cenário dramático no mundo, com pouco a se celebrar, a homenagem precisava ser feita. “É um momento difícil, não temos muito o que comemorar, devido ao número de mortes, mas temos que prestigiar esses profissionais que se arriscam para salvar a vida das pessoas. Eles também estão vulneráveis, abatidos, diante de muito estresse nesta pandemia. Sinceramente, não consigo imaginar de onde eles tiram tanta força para enfrentar tudo que enfrentam todos os dias”, destaca Doner.

E o que não faltou foi música e emoção. “Foi uma experiência muito bacana, as pessoas se emocionaram com o nosso gesto, e nós também nos emocionamos. O concerto foi importante para nós mostrarmos também o nosso trabalho, pois muitas vezes a OFB é esquecida, apesar de já ter 36 anos de história no DF”, lembra Doner.

Sons de cura

O maestro da OFB, Thiago Francis, compartilha do mesmo sentimento dos profissionais homenageados. “Foi uma mistura de emoções. Fiquei lembrando de um tio meu, muito querido e que sempre me apoiava no caminho da música. Infelizmente, ele não está mais aqui”, lamenta.

Para Francis, o gesto dos instrumentistas é um alento em meio à covid-19. “Estávamos receosos de apresentar no hospital de combate à pandemia, mas superamos esse medo porque sabíamos que precisávamos homenagear essa equipe que luta pela vida das pessoas. E a música cura, conforta, restaura, abraça. Levamos um pouco daquilo que acreditamos aos profissionais de saúde”, garante.

O maestro confessa a admiração que tem pela equipe que atua na linha de frente do combate à doença. “Eles estão há um ano nesta batalha, desamparados, trabalhando com o mínimo de recursos, com muita gente desrespeitando as regras de distanciamento e de segurança. E, sem eles, sequer estaríamos vivos. Por isso, o nosso desejo é de que logo tudo volte ao normal, e a equipe de saúde possa estar na plateia do teatro assistindo a uma de nossas apresentações” completa.

36 anos de trajetória

A Orquestra Filarmônica de Brasília foi criada em 1985. O movimento se mantém com as doações que recebe da sociedade civil. Mas, com a pandemia, a situação da OFB ficou mais precária. Antes da covid-19, a equipe oferecia oficinas gratuitas para a comunidade, focadas em arte, teatro e dança. Segundo o presidente, Dorne Cavalcante, mais de 400 pessoas foram beneficiadas pelos projetos espalhados nas regiões do DF.

“A orquestra sobrevive esse tempo todo de forma heroica. Não temos lucros ou renda, e a maioria dos editais de cultura não se enquadram na nossa atividade. Agora, durante a pandemia, a situação ficou pior. Muitas vezes, entre nós, fazemos vaquinhas e doações para ajudar um colega a conseguir pagar o aluguel, comprar a comida do mês e sobreviver”, relata Doner.


Como ajudar

As doações para a Orquestra Filarmônica de Brasília podem ser feitas por depósitos e PIX.
Banco 070 — Banco de Brasília (BRB)
Agência: 0201
Conta corrente: 201026268-3
CNPJ: 01.635.705/0001-48
PIX: 01635705000148

Para mais informações:
(61) 99695-1332
contato@ofb.org.br
ofb@ofb.org.br



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Gesto de retribuição

No começo deste mês os profissionais do Hran receberam outra mensagem de agradecimento, em forma de carta. Pedro de Lima Fontes, 22 anos, estudante de engenharia civil e morador do Sudoeste, conta que após ter o pai, Luiz Fernando Fontes, 63, internado por mais de 20 dias na unidade, a visão sobre os profissionais de saúde mudou totalmente.


“Eles lidam com muitas situações e são muito pacientes. Não é apenas tratar com profissionalismo, mas eles se envolvem com a pessoa que está internada. É um trabalho heroico. E, isso porque, nem sempre os pacientes estão bem-humorados, não querem seguir o que é pedido. É um desafio muito grande”, revela.


O pai de Pedro foi internado em 22 de fevereiro no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Dois dias depois, foi encaminhado ao Hran. Com a evolução positiva do quadro clínico ele não precisou ser transferido para uma unidade de terapia intensiva (UTI).


Em um dos trechos da carta, Pedro escreveu: “Sei que todos vocês estão ocupados, preocupados e cansados. Não é fácil carregar o fardo de cuidar da saúde de centenas de pessoas todos os dias. Mas pude testemunhar, durante o tempo que fiquei por aqui (Hran), a coragem e o profissionalismo de toda a equipe e tenho certeza que vão vencer essa luta contra esse inimigo chamado covid”.

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