ALÍVIO

Covid-19: pacientes dos hospitais de campanha recebem visitas a distância

Esquema complementa videochamadas com familiares e tem sido oferecido nos hospitais de campanha do Gama e do Autódromo. Amplos espaços nos locais, fora da estrutura hospitalar, com arquibancadas e alambrados, permitem visitas seguras e ao livre

Correio Braziliense
postado em 11/06/2021 16:03 / atualizado em 11/06/2021 16:03
A família de Endrigo Lopes da Costa ficou atrás do alambrado do Estádio Bezerrão durante a visita -  (crédito: Divulgação/SES-DF)
A família de Endrigo Lopes da Costa ficou atrás do alambrado do Estádio Bezerrão durante a visita - (crédito: Divulgação/SES-DF)

Uma das tentativas de diminuir a distância entre pacientes internados com covid-19 e familiares nos hospitais do Distrito Federal é a chamada por vídeo. No entanto, as equipes dos hospitais de campanha do Gama e do Autódromo têm usado outro recurso para aproximar essas pessoas: visitas a distância.

Do alambrado das arquibancadas do Estádio Bezerrão, e respeitando a distância, a família de Endrigo Lopes da Costa, 40 anos, visitou o paciente de forma segura e distante. “A visita foi uma coisa que acalmou muito o nosso coração. Estávamos todos muito preocupados com ele. Foi a melhor coisa que nos aconteceu esta semana “, comemorou Andreia Lopes da Costa, irmã do paciente. “Vimos que ele está bem melhor, já está falando e se alimentando normalmente. Está feliz e muito bem atendido”, conta.

Quem também recebeu visita de seus familiares, de forma segura e com distanciamento, foi o caminhoneiro Manuel Messias Leonel, 29 anos, morador do Setor O. A visita ocorreu sob supervisão da equipe do Hospital de Campanha do Autódromo. “Acredito que a visita, mesmo que a distância, ajuda muito na recuperação”, avalia a esposa de Manuel, Isabelle Magalhães, 26 anos.

Ela conta que “desde que ele foi internado, só conseguia vê-lo por videochamada, é muito restrito. Conseguir realmente saber que ele está bem, falar com ele ao vivo, é uma coisa que mexe comigo. Quando consigo vê-lo, sinto que tudo vai ficar bem”, afirma emocionada.

Internações

Endrigo começou a sentir falta de ar intensa em 24 de maio. Na última segunda-feira (7/6), foi levado pela família ao Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Valparaíso de Goiás, onde testou positivo para a doença. Na terça (8/6), o paciente foi encaminhado ao Hospital de Campanha do Gama, onde tem recebido assistência da equipe multiprofissional.

A família foi informada da transferência e da possibilidade da visita no alambrado, ao qual a equipe médica leva o paciente até os familiares do lado de fora do hospital, uma vez que as visitas não são permitidas no interior do hospital.

Manuel começou a sentir os primeiros sintomas da covid-19 em 18 de maio. No início, de acordo com a esposa, ele sentia apenas tosse, dor de garganta e coriza. “Achamos que era uma gripe normal, porque ele não tinha febre ou nenhum dos sintomas que despertasse o nosso alerta para coronavírus, como a perda do olfato e do paladar”, relata.

Dias depois e com o quadro agravado, o paciente foi atendido no Hospital Regional de Ceilândia, onde recebeu o diagnóstico de covid-19. Naquela ocasião, não houve necessidade de interná-lo na unidade e ele foi orientado a voltar para casa e seguir com o isolamento. Três dias depois, Manuel passou a ter febre e retornou ao HRC, onde ficou internado até 1º de junho – data em que foi transferido para o Hospital de Campanha do Autódromo.

Visitas

Para o coordenador médico da implantação dos Hospitais de Campanha do DF, Michel Cadenas, a iniciativa da proposta da visita no alambrado tem como objetivo trazer mais humanização e acolhimento das famílias nas unidades. “É o momento em que a família e o paciente podem se encontrar numa distância segura, para fazer uma interação, onde há um nível seguro de proximidade e calor humano. É possível visualizar o tratamento do paciente e o paciente pode ver, também, seu familiar”, afirma.

Cadenas explica que esse tipo de fluxo promove mais saúde ao paciente e uma melhor recuperação, além de trazer mais alívio das condições psicossociais da família por estar afastada de um ente querido. “Esse tipo de acolhimento para a família traz mais conforto ao paciente e humanização do atendimento como um todo, inclusive o corpo assistencial que se sente parte dessa interação e observaram uma melhora clínica no quadro do paciente”, finaliza.

Com informações da Secretaria de Saúde

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