Coronavírus

Covid-19: mortalidade entre pessoas de 60 a 69 anos cai em 65% no DF

Brasília registra queda no número de mortes durante a primeira quinzena de junho em relação ao mesmo período do mês anterior. Desta faixa etária, 186 mil tomaram a primeira dose do imunizante

Cibele Moreira
postado em 17/06/2021 06:00
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Com boa cobertura vacinal no grupo etário de 60 ou mais, a população do Distrito Federal começa a sentir os reflexos da imunização na prevenção dos casos graves e de mortalidade pela covid-19. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, na primeira quinzena de junho, 45 pessoas entre 60 e 69 anos morreram por complicações da doença na capital. No mesmo período do mês passado, foram registradas 129 mortes por covid-19 neste grupo, o que representa queda de 65,1% na incidência de óbitos. Do público de 60 a 64 anos, 89,93% já tomaram a primeira dose da vacina (D1), e 5,83% a segunda (D2). Já entre as pessoas de 65 a 69, 93,62% foram imunizadas com a D1, e 61,34% com a D2. O total de imunizados entre 60 e 69 é de: 186 mil (D1) e 60 mil (D2), de acordo com o vacinômetro divulgado nesta quarta-feira (16/6).

Na última atualização da pasta, foram notificadas mais 22 mortes pelo vírus — sendo que nove eram de pessoas com 60 anos ou mais. Das vítimas recentes, quatro tinham entre 20 e 39 anos e oito eram da faixa etária dos 50 a 59 anos. Ao todo, 9.016 pessoas morreram por complicações da covid-19 na capital desde o início da pandemia. A Secretaria de Saúde registrou, ontem, mais 889 casos da doença, totalizando 419.548 notificações desde o início da pandemia. Em relação aos últimos 14 dias, o DF registrou uma queda de 19% na média móvel de mortes, com taxa de 21,14. Já a média móvel de casos se manteve em 875, com redução de 6,66% no mesmo período. A taxa de transmissão subiu e ficou em 0,97, ontem. Esse é o segundo aumento consecutivo.

Em relação às internações de pacientes graves com a covid-19, a imunização também teve um efeito significativo. Houve uma queda no número de idosos acima de 60 anos internados em unidade de terapia intensiva (UTI) para tratar a doença. A maioria dos leitos está ocupada com a população entre 34 e 56 anos. O maior pico é registrado na faixa etária de 35 anos, com oito pacientes internados. A taxa de ocupação das UTIs nos hospitais públicos chegou a 87,7% ontem. Dos 543 leitos, 23 estão vagos, 166 ocupados por pacientes diagnosticados com a doença e 262 bloqueados.

Vigilantes

O Governo do Distrito Federal decidiu, nesta terça-feira (16/6), incluir os vigilantes no grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19. A medida foi definida durante uma reunião no Palácio do Buriti, que contou com a presença do governador Ibaneis Rocha (MDB), do secretário de Saúde, Osnei Okumoto, e dos deputados distritais Rafael Prudente (MDB) e Robério Negreiros (PSD).

A imunização dos vigilantes que trabalham em bancos e em escolas será feita em conjunto com a vacinação dos profissionais da educação e bancários. Ainda não há data definida, o governo aguarda o recebimento de novas doses previstas para chegar nesta semana. Há a previsão de chegada de vacinas da Pfizer, CoronaVac e AstraZeneca, além da vacina da Janssen, fabricada pela Johnson & Johnson e que
está a caminho do Brasil.

“Decidimos incluir a categoria de vigilantes porque sabemos o quanto eles estão expostos e o quanto são importantes pelo serviço que prestam, seja em escolas, bancos e outros lugares”, afirmou o governador Ibaneis Rocha. No encontro, também foi definido que a cada entrega semanal de vacinas, três mil doses serão destinadas aos vigilantes, independentemente do local em que atuam. No entanto, a Secretaria de Saúde informou que o Comitê de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 irá se reunir para deliberar sobre o assunto.

O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Rafael Prudente, estima que há cerca de 18 mil vigilantes atuando na capital. Uma parte deste quantitativo já foi imunizada com o grupo prioritário da Saúde. A previsão, segundo o distrital, é que em um mês toda a categoria esteja imunizada contra a covid-19. “O reconhecimento é justo, pois são profissionais que trabalham na linha de frente e desempenham importante trabalho junto à população. Os vigilantes precisam ser protegidos”, destacou Prudente.

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Agendamento de rodoviários em baixa

Desde o início do mês de junho, os rodoviários foram incluídos no grupo prioritário para a imunização contra o novo coronavírus. Foram disponibilizadas cinco mil doses para a categoria, priorizando motoristas e cobradores, por estarem mais expostos a possíveis infecções. Porém, apesar de duas semanas com o agendamento aberto, 3.763 trabalhadores marcaram para receber o imunizante. O agendamento para a população entre 50 e 59 anos, por exemplo, foi esgotado em menos de 24h, com mais de 8 mil vagas preenchidas. Com a grande procura, a pasta suspendeu o serviço até que haja novas doses disponíveis para esse público.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários, a baixa adesão se dá pela dificuldade que a categoria está tendo para agendar. De acordo com José Wilson, secretário-geral do sindicato, muitos trabalhadores estão relatando problemas no sistema da Secretaria de Saúde. Foi o caso do motorista Francinildo de Lima Marques, 37 anos. O rodoviário conta que desde o último domingo tenta marcar para receber a vacina. “Há momentos que não aparece a opção para o agendamento dos rodoviários. Quando aparece, a gente preenche todos os dados, e no momento para marcar o local da vacinação o quadro fica em branco, sem as opções”, relatou o motorista que está apreensivo com a dificuldade.

“Por muitos dias brigamos pelo direito de ser vacinado. Quando conseguimos, passamos a enfrentar essa dificuldade. Isso prorroga cada vez mais o momento da imunização, enquanto estamos expostos ao vírus”, desabafou o motorista, que tem redobrado os cuidados de prevenção. “Eu mesmo faço a higienização no ônibus, passo álcool em gel. Mas a vacina é a principal proteção”, destacou.O Correio questionou a Secretaria de Saúde sobre os problemas relatados, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

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