Pandemia

Francisco Arleudo, garçom do Beirute, é internado com covid-19

Os primeiros sintomas da doença surgiram na última semana e, na manhã desta terça-feira (23/6), ele deu entrada no hospital para internação; para ajudar família, amigos criam rede de apoio e depositam valores

Ana Maria da Silva
postado em 23/06/2021 18:18 / atualizado em 23/06/2021 18:19
O garçom é diabético, hipertenso e teve parada cardiorrespiratória -  (crédito: Arquivo Pessoal)
O garçom é diabético, hipertenso e teve parada cardiorrespiratória - (crédito: Arquivo Pessoal)

O amado garçom do Bar Beirute, Francisco Arleudo Madeira Siqueira, 54 anos, está internado com covid-19,na unidade de tratamento intensiva do Hospital São Mateus, no Cruzeiro Velho. De acordo com informações concedidas ao Correio, os primeiros sintomas da doença surgiram na última semana e, na manhã desta terça-feira (23/6), ele deu entrada no hospital para internação.

Segundo a estudante universitária Raiane Ferreira dos Santos, 27 anos, nora de Arleudo, os sintomas se intensificaram na última sexta-feira (18/6), quando o garçom foi levado pela família ao hospital Céu Azul, em Valparaíso. O garçom é diabético e hipertenso, por isso, a família pediu para que fossem realizados alguns exames. Dentre eles, o teste do covid-19. “Fizemos um teste de sangue e deu negativo, mas o médico pediu para ele continuar no hospital porque a saturação estava baixa. Achavam que era dengue”, conta.

Nos dias subsequentes, a falta de ar complicou e Arleudo precisou ser encaminhado para uma nova unidade de atendimento, uma vez que o hospital não possuía equipamento necessário ou sala de UTI. “Ele entrou em uma lista de espera para ser transferido, mas a família optou em entrar com um pedido de liminar no Ministério Público. Por meio disso, conseguimos uma vaga no hospital São Mateus, onde ele está internado atualmente”, explica Raiane.

A transferência para o hospital não foi fácil. De acordo com a nora, Arleudo piorou e teve quatro princípios de paradas cardíacas desde a primeira internação. “Tentamos fazer uma transferência na segunda-feira (21/6), mas ele não conseguiu. O estado de saúde piorou e ele teve duas paradas cardiorespiratórias”, explica. “Agravou o estado de saúde dele e no momento ele não está muito bem, não é à toa que os médicos estão dando uma atenção maior ao coração, porque parece que ele está tendo alguns problemas, que apareceram durante o tempo hospitalizado”, ressalta a estudante.

Rede de Solidariedade

Arleudo tomou a primeira dose da vacina Astrazeneca no dia 7 de junho e, desde então, vinha tomando todos os cuidados para evitar ser contaminado com a doença. Após saber de seu estado de saúde, Sérgio, um cliente do Beirute, entrou em contato com a família para prestar solidariedade e ajudar a família. A reportagem tentou contato com Sérgio, mas, até o momento, não houve resposta.

Nas redes sociais, a família, amigos e conhecidos se mobilizaram para fazer uma rede de apoio para a família. De acordo com Raiane, a iniciativa surgiu de Sérgio. “Ele entrou em contato e falou que queria fazer uma doação para a família, tomou a frente e jogou na internet. Depois disso, criamos um grupo para passar informações do estado de saúde de Arleudo e outras coisas”, pontua.

De acordo com a nora, a ajuda financeira terá como objetivo prestar auxílio à família nesse momento de dificuldade. “Internado, e sem trabalhar, ele está sem receber e só vai poder dar entrada no benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quando voltar. Essa ajuda vai pra isso, pra despesas gerais, kit de higiene e remédios”, conta. Ela explica que a internação de Arleudo é paga pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por intermédio do Governo do Distrito Federal (GDF).

Família contaminada

A esposa de Arleudo e dona de casa, Maria Raimunda Pereira da Silva, 46, também foi contaminada pela covid-19. A família levou a companheira do garçom nesta terça-feira (23/6), ao hospital, para fazer o exame e ela testou positivo para o coronavírus. “Ela está tratando em casa. Até então, está com 2% do pulmão comprometido e estamos dando uma atenção especial a ela. Está com um pouco de anemia também, mas tem tomado os remédios”, conta a nora. Para ajudar nos custos dos remédios e outras despesas, a família mantém a rede de solidariedade enquanto aguarda a melhora do casal.

Serviço

Para contribuir, basta fazer um PIX.
Nome: Raiane Ferreira dos Santos
Celular: (61) 99128-2420

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