A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) retoma, hoje, as buscas por uma suposta ossada que estaria enterrada na cozinha de uma casa, na Quadra 2 da Estrutural. Ontem, detentos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) fizeram escavações no local por mais de sete horas, mas o serviço foi interrompido após a Defesa Civil alertar sobre riscos de desabamento da estrutura.
A operação, que contou com o apoio do Corpo de Bombeiros, da perícia da PCDF e dos engenheiros da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), começou após investigadores da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) receberem uma denúncia informando que um casal havia sido assassinado e enterrado no lote, há cerca de quatro anos. Investigações preliminares apontam que os corpos teriam sido ocultados no antigo quintal da residência — onde, hoje, é a cozinha —, local que funcionava como ponto de tráfico de drogas.
“Há alguns dias, uma pessoa nos procurou contando a história de um suposto corpo enterrado em um lote. Logicamente, imaginamos se tratar de um crime violento e ocultação de cadáver. Identificamos o endereço e conversamos com a família que reside na casa”, detalhou a delegada-chefe da 8ª DP, Jane Klébia.
Uma jovem, que mora na residência, contou ao Correio que a família comprou o lote há quatro anos, mas que a história de supostos corpos enterrados já circulava pela cidade. “Aqui, sempre vimos muitas assombrações. Eu mesma vejo vultos, escuto vozes. Desde quando nos mudamos, é tudo muito estranho”, revelou a mulher, sob condição de anonimato.
À época, uma das testemunhas relatou aos policiais que homens passaram a madrugada cavando um buraco e, depois, foram vistos colocando cimento. Dias depois, moradores contaram ter sentido um forte odor vindo no local, mas, naquele momento, as investigações não avançaram.
Com a apuração preliminar, a PCDF trabalha com duas possíveis vítimas desaparecidas na época: um homem e uma mulher. Caso as supostas ossadas sejam encontradas, a polícia trabalhará para chegar à autoria e identificar as vítimas por meio de exame de DNA.
Escavação
O trabalho de escavação durou mais de sete horas. Os relatos são de que as ossadas estariam na cozinha. Até ontem, nada foi encontrado. No fim da tarde, a equipe da Defesa Civil esteve na casa para avaliar a estrutura e se havia o risco de a residência desabar.
O pedreiro que construiu a casa esteve no local e lembrou de ter visto um pedaço de laje abaixo do piso, mas que, na época, não se atentou se ali poderia sinalizar algum problema. “O pedreiro fez a casa em cima de uma viga. Só se pode escavar 50 centímetros da parede. Se mexer em algum ponto errado, corre o risco de ter dano estrutural e desabar. Então, a Defesa Civil achou por bem interromper. Mas, amanhã (hoje), retornaremos e faremos, com cautela, a escavação no local que se pode mexer. Até então, não há comprometimento da estrutura”, explicou o delegado adjunto da 8ª DP, Luiz Gustavo.
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