Investigação

Buscas por ossadas na Estrutural serão retomadas nesta sexta

Policiais civis apuram se há corpos enterrados há quatro anos, em uma casa na Estrutural. Local funcionava como ponto de tráfico. Uma denúncia levou os agentes à residência, onde, supostamente, um casal havia sido sepultado

Darcianne Diogo
Rafaela Martins
postado em 20/08/2021 06:00
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) retoma, hoje, as buscas por uma suposta ossada que estaria enterrada na cozinha de uma casa, na Quadra 2 da Estrutural. Ontem, detentos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) fizeram escavações no local por mais de sete horas, mas o serviço foi interrompido após a Defesa Civil alertar sobre riscos de desabamento da estrutura.

A operação, que contou com o apoio do Corpo de Bombeiros, da perícia da PCDF e dos engenheiros da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), começou após investigadores da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) receberem uma denúncia informando que um casal havia sido assassinado e enterrado no lote, há cerca de quatro anos. Investigações preliminares apontam que os corpos teriam sido ocultados no antigo quintal da residência — onde, hoje, é a cozinha —, local que funcionava como ponto de tráfico de drogas.

“Há alguns dias, uma pessoa nos procurou contando a história de um suposto corpo enterrado em um lote. Logicamente, imaginamos se tratar de um crime violento e ocultação de cadáver. Identificamos o endereço e conversamos com a família que reside na casa”, detalhou a delegada-chefe da 8ª DP, Jane Klébia.

Uma jovem, que mora na residência, contou ao Correio que a família comprou o lote há quatro anos, mas que a história de supostos corpos enterrados já circulava pela cidade. “Aqui, sempre vimos muitas assombrações. Eu mesma vejo vultos, escuto vozes. Desde quando nos mudamos, é tudo muito estranho”, revelou a mulher, sob condição de anonimato.

À época, uma das testemunhas relatou aos policiais que homens passaram a madrugada cavando um buraco e, depois, foram vistos colocando cimento. Dias depois, moradores contaram ter sentido um forte odor vindo no local, mas, naquele momento, as investigações não avançaram.

Com a apuração preliminar, a PCDF trabalha com duas possíveis vítimas desaparecidas na época: um homem e uma mulher. Caso as supostas ossadas sejam encontradas, a polícia trabalhará para chegar à autoria e identificar as vítimas por meio de exame de DNA.

Escavação

O trabalho de escavação durou mais de sete horas. Os relatos são de que as ossadas estariam na cozinha. Até ontem, nada foi encontrado. No fim da tarde, a equipe da Defesa Civil esteve na casa para avaliar a estrutura e se havia o risco de a residência desabar.

O pedreiro que construiu a casa esteve no local e lembrou de ter visto um pedaço de laje abaixo do piso, mas que, na época, não se atentou se ali poderia sinalizar algum problema. “O pedreiro fez a casa em cima de uma viga. Só se pode escavar 50 centímetros da parede. Se mexer em algum ponto errado, corre o risco de ter dano estrutural e desabar. Então, a Defesa Civil achou por bem interromper. Mas, amanhã (hoje), retornaremos e faremos, com cautela, a escavação no local que se pode mexer. Até então, não há comprometimento da estrutura”, explicou o delegado adjunto da 8ª DP, Luiz Gustavo.

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