CRIMES SEXUAIS

Após habeas corpus, João de Deus voltará para prisão domiciliar

Justiça acatou pedido da defesa do médium por conta da idade e das doenças crônicas do réu. Ele estava preso desde agosto e já foi condenado a mais de 60 anos de prisão

Ana Isabel Mansur
postado em 14/09/2021 22:00 / atualizado em 14/09/2021 22:02
TJGO reconheceu os argumentos pela dignidade da pessoa humana dado o estado de saúde do criminoso -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 20/4/17
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TJGO reconheceu os argumentos pela dignidade da pessoa humana dado o estado de saúde do criminoso - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 20/4/17 )

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) acatou, nesta quarta-feira (14/9), pedido de habeas corpus da defesa de João Teixeira de Faria, o João de Deus. Com a decisão, o médium, detido desde 26 de agosto a pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO), retornará à prisão domiciliar. A sentença do tribunal foi unânime.

Segundo a defesa do médium, o TJGO reconheceu os argumentos dos advogados e "reforçou" o entendimento da dignidade da pessoa humana, dada a idade avançada e as doenças crônicas do réu. João de Deus tem mais de 80 anos e as enfermidades foram atestadas pela Junta Médica do tribunal goiano.

Os advogados também informaram que a Corte comprovou falta de ocorrência de novos crimes e ausência de "contemporaneidade da prisão decretada com os fatos sob investigação."

A defesa destacou ainda que João de Deus está comprometido a atender a "todas as decisões judiciais" e repudiou a exposição do réu. Segundo os advogados, há um "espetáculo público" em relação ao condenado, que seria cruelmente exposto, com uso "desarrazoado" de sua imagem.

Relembre

As acusações contra João de Deus começaram a vir à tona em dezembro de 2018, quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, divulgou as primeiras denúncias de abuso sexual contra mulheres que o procuravam em busca de ajuda espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), a cerca de 120km do DF.

A denúncia do MPGO contra o médium em agosto foi a 15ª impetrada contra o estuprador. Todas as acusações são por crimes sexuais. O réu já recebeu três condenações da Justiça, que somam mais de 61 anos.

Ele foi condenado a 40 anos de prisão por cinco estupros de vulneráveis, além de ter recebido sentença de 19 anos e 4 meses de reclusão por violação sexual mediante fraude, na modalidade tentada, violação sexual mediante fraude, e dois estupros de vulneráveis. O religioso também foi condenado a dois anos e seis meses de detenção por violação sexual mediante fraude.

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