Violência

"Lugar de mulher é onde ela quiser", diz secretária de Justiça e Cidadania

Marcela Passamani falou sobre as iniciativas necessárias para vencer os ciclos de violência contra as mulheres. A secretária de governo foi entrevistada no CB Poder desta quarta-feira (8/12)

Edis Henrique Peres
postado em 08/12/2021 17:05 / atualizado em 08/12/2021 17:05
 (crédito: Minervino Junior / CB / DA Press)
(crédito: Minervino Junior / CB / DA Press)

Durante o período da pandemia, houve um aumento das denúncias de violência contra crianças e adolescentes, assim como contra idosos, negros, a comunidade LGBT e contra as mulheres. A informação foi dada por Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania, que destacou: “muitas mulheres não conseguem romper com os ciclos de violência porque se sentem dependentes economicamente dos agressores. Mas dentro do programa Pró-Vítima, da nossa secretaria, temos uma iniciativa de banco de talentos, onde orientamos as mulheres e as empoderamos, de modo que elas vendam o que produzem e sejam donas de sua própria vida”.

Marcela foi a primeira mulher a assumir, na capital do país, a liderança da secretária de Justiça e Cidadania. “É um desafio assumir um cargo de liderança e de decisão. Sempre se tem que ter um equilíbrio com tudo que a gente desempenha, porque continuamos sendo mãe, esposa, dona de casa. Mas isso me dá mais pertencimento, porque represento tantas outras mulheres que se sentem invisíveis na sociedade por falta de oportunidade”, pontuou.

A titular da pasta foi a entrevistada desta quarta-feira (8/12) do CB Poder — uma parceria da TV Brasília com o Correio. Durante o programa, ela ressaltou a importância do suporte para as vítimas de violência. “É necessário programas e ações que sejam também punitivos para os agressores e autores de feminicídios. Assim como maneiras de identificar as mulheres vítimas em fase inicial. De antemão, temos cinco tipos de violência: moral, patrimonial, sexual, física e psicológica. O feminicídio se inicia na violência emocional e moral, então, quando a gente pega essa mulher, dá a mão e fala 'estamos juntos, queremos dar essa oportunidade porque lugar de mulher é onde ela quiser', a gente consegue evitar agressões e possíveis feminicídios”, assegura.

Marcela orienta que as mulheres que precisam de ajuda procurem o site da secretaria: https://www.sejus.df.gov.br/. “Temos uma subsecretaria específica para vítimas de violência, chamada Subav (Subsecretaria de Apoio a Vítimas de Violência). No início da minha gestão, tínhamos quatro núcleos. Hoje, eu dobrei esse número. Neles, temos psicólogos e assistentes sociais que fazem atendimento individualizado e qualificado atendendo as mulheres. Algumas pessoas nem mesmo se reconhecem vítimas, e através dessa terapia de acompanhamento a gente consegue fazer encaminhamento para as delegacias ou para redes de assistências de mulheres e acompanhamentos psicossociais”, exemplifica.

Melhorias

No próximo ano, a Secretaria de Justiça e Cidadania pretende lançar a Carreta Itinerante do Na Hora. “É uma iniciativa que vai deixar o Na Hora mais perto do cidadão, onde faremos atendimento presencial nos espaços onde não temos unidades. Estamos falando de serviços como carteira de identidade, por exemplo”, detalha a secretária. Marcela destaca que, atualmente, o DF conta com seis unidades, e que o tempo de espera para atendimento reduziu de 27 minutos, em 2018, para menos de cinco minutos.

“Essa otimização, a gente consegue com agendamentos on-line e através da otimização de aplicativos de fila. Isso tudo é uma melhoria do Parque Tecnológico e a experiência do usuário dentro do Na Hora. Ontem (terça-feira), inauguramos a unidade de Brazlândia, e estamos em reforma em Sobradinho, Ceilândia, Taguatinga e Riacho Fundo”, finaliza.

Onde pedir ajuda

Polícia Civil
Telefones: 197 (Opção 0) e 61 986-261-197 (WhatsApp)

E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br

Site: pcdf.df.gov.br/servicos/delegacia-eletronica

Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
Telefones: 61 3207-6172/6195 (Asa Sul) e 61 3207-7391/7408/7438 (Ceilândia)

Central de Atendimento à Mulher — 180
Disque Direitos Humanos — 100
Polícia Militar — 190
Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceams)
Ceam Ceilândia — 61 3371-0256 / 61 991-173-406

Ceam Estação 102 Sul do Metrô — 61 3224-0943 / 61 991-836-454
Ceam Planaltina — 61 3388-4656 / 61 992-026-376

Ceam Setor de Diversões Norte (SDN) — 61 3341-1840

Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica (Nafavds)
Endereços e telefones: mulher.df.gov.br/nafavds

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