Saúde

Covid-19: Números de casos pode aumentar em decorrência do carnaval

De acordo com David Urbaez, infectologista do Exame/Dasa, o tempo prolongado de aglomeração pode corroborar no crescimento dos números. Ao CB.Saúde, ele ainda ressaltou atitudes do governo Federal em enfrentamento à pandemia

Eduardo Fernandes*
postado em 03/03/2022 15:59 / atualizado em 04/03/2022 10:53
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/DA PRESS)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/DA PRESS)

Após dois anos de isolamentos e convivência com o novo coronavírus, pensar em como será o período após a pandemia parte do imaginário de muitas pessoas. Contudo, o momento ainda é importante e preocupante, já que 32 milhões de pessoas não se vacinaram ou não concluíram o ciclo vacinal no país. Para o infectologista do Exame/Dasa, David Urbaez, entrevistado do CB.Saúde desta quinta-feira (3/3), programa do Correio em parceria com a TV Brasília, existirá um terreno para o vírus da covid-19 circular livremente, promovendo novos riscos e possibilidades.

Em entrevista conduzida pela jornalista Carmen Souza, o especialista explicou que, em uma população de 212 milhões de habitantes, quando algum cidadão não se imuniza, o aumento em grande escala favorece o fortalecimento da pandemia, além de dar força para o surgimento de novas variantes. Passando o carnaval, principalmente, David acredita que os números de casos podem subir. Com o aumento de mobilidade e aglomeração por tempo prolongado, o normal é que as incidências aumentem. Porém, a diferença nesses números será em relação aos casos graves, que provavelmente serão em número menor, podendo aumentar por causa da variante ômicron, que tem uma parcela de responsabilidade no crescimento. O número de casos graves também pode diminuir devido à vacinação em massa.

Em relação aos discursos do presidente Bolsonaro sobre uma possível transição da pandemia para endemia, o infectologista disse que esse processo está longe de terminar. Ele ainda ressalta que nenhum especialista é capaz de decretar o fim da pandemia. Quanto à flexibilização do uso de máscaras, informada nesta quinta-feira (3/3) pelo governador Ibaneis Rocha, Urbaez acredita que a população está acostumada com o vaivém de medidas de flexibilização. “Milhões de pessoas tirando a máscara é dar um meio de cultura para que todos se envolvam em uma transmissão. Tudo isso é a fronteira do confronto e do conflito entre visões’, diz.

Segundo ele, apesar de todos os estudos e evidências, o direcionamento de políticos e de cientistas nem sempre está alinhado. Um debate que, geralmente, é levado por quem se encontra no poder. Um dos exemplos mencionados pelo médico durante toda a pandemia, desde 2019, é o pensamento negacionista por parte do governo. “A esfera federal sempre abraçou a ideia negacionista, o que desmontou qualquer estratégia”, conta.

*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação