Violência

Condôminos manifestam repúdio à agressão contra síndico em Águas Claras

O ato, que teve início às 9h, reúne cerca de 30 pessoas, entre moradores, síndicos e subsíndicos. A ação ocorre após a agressão sofrida pelo síndico Wahby Khalil, 42, pelo personal trainer e professor de educação física Henrique Paulo Sampaio Campos

Ana Maria Pol
postado em 19/03/2022 10:19 / atualizado em 19/03/2022 11:34
 (crédito: Material cedido ao Correio)
(crédito: Material cedido ao Correio)

A agressão sofrida pelo síndico Wahby Khalil, 42 anos, causou comoção entre colegas de trabalho. Na manhã deste sábado (19/3) síndicos de condomínios do Distrito Federal se reuniram, em frente ao Condomínio Residencial Luna Park, na Quadra 301 de Águas Claras, para manifestar repúdio à ação de violência cometida pelo personal trainer e professor de educação física Henrique Paulo Sampaio Campos, que está desaparecido desde o ocorrido.

O ato, que teve início às 9h, reúne cerca de 30 pessoas, entre moradores, síndicos e subsíndicos. De acordo com o subsíndico, que atualmente responde pelo condomínio, o engenheiro de redes Marcos Laterza, 47, o objetivo da manifestação é, também, pedir medidas mais severas com relação à expulsão de moradores como Henrique, que praticam atos violentos. “Vai ser feita uma Assembleia Extraordinária, onde vamos pedir a expulsão desse morador do condomínio. As regras da nossa convenção são claras quando uma pessoa é anti social, não está apta para viver em comunidade”, diz.

A manifestação conta, ainda, com o apoio de equipes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Para Marcos, o momento é importante para reforçar a insegurança que muitos condôminos vivem. “A gente sabe que lidar com essas pessoas não é algo fácil. Principalmente quando mora no mesmo condomínio que você. Nós, como proprietários e inquilinos, queremos valorizar nossa segurança no imóvel, então atitudes como essa (expulsão), às vezes, são necessário”, diz.

Estado de saúde

Ainda neste sábado, o advogado de Khalil, Edson Alexandre, informou que o síndico saiu da unidade de terapia intensiva (UTI) e foi transferido para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Ele está internado no Hospital Santa Lúcia. “A cirurgia dos dentes não foi realizada ontem (sexta). O diretor do hospital optou, por questão de organização interna, em fazê-la hoje (sábado)”, explica. A previsão é que a cirurgia ocorra às 10h.

De acordo com o advogado da família, embora o síndico tenha sido transferido para o CTI, passou mal durante a madrugada e o quadro de saúde não melhorou. “Apesar do CTI ser algo que, na prática, é mais tranquilo, ele está com a pressão alterada, não dormiu bem e sente muita dor de cabeça. Inclusive, chegou a gritar e reclamar durante a noite, dizendo que não estava recebendo um tratamento legal e pediu para retornar à UTI”, pontua.

Segundo Edson, os familiares do síndico confirmaram que o acompanhamento no hospital não está satisfatório. “Ele está há muito tempo sem fazer tratamento”, pontua. Ainda não há informações se Khalil pode voltar à UTI. “Se, eventualmente, no decorrer do dia, eles não mudarem de postura, vamos ter que transferir o Khalil para outro hospital”, informa.

O Correio procurou a assessoria do Hospital Santa Lúcia Sul. Em nota, a instituição informou que os médicos, que conduzem o atendimento do paciente desde a sua internação estão em contato constante com os familiares para explicar o tratamento e esclarecer qualquer dúvida que possa haver. "Após a cirurgia, relatada no boletim da tarde de ontem, será disponibilizado novo comunicado sobre o quadro de saúde", informou.

Repúdio

Na última quinta-feira (18/3), o Instituto Nacional de Condomínios e Apoio aos Condôminos (INCC) emitiu uma nota de repúdio à agressão sofrida pelo síndico. Ao lado da Associação Brasileira de Síndicos e Condomínios (Abrassp) e a Associação dos Síndicos de Condomínios Residenciais e Comerciais do Distrito Federal (Assosíndicos-DF), o grupo considera inaceitável a ação violenta do personal trainer e professor de educação física Henrique Paulo Sampaio Campos no Condomínio Residencial Luna Park, na Quadra 301 de Águas Claras de Henrique.

Para o instituto e as associações, o ocorrido é um "trágico episódio de intolerância" e "desrespeito às regras do condomínio". As entidades ainda definiram a conduta do professor como "prepotente, arrogante e agressiva". "É intolerável que um professor proceda com um soco, combinado com truculência, desrespeito e falta de civilidade se colocando acima da lei, agredindo física e moralmente o síndico do condomínio”, ressalta a nota.

Unidas, as entidades declararam a necessidade de apoio aos gestores condominiais, como Wahby Khalil, para que eles possam cumprir a função sem correr o risco de serem agredidos verbal, física ou moralmente, além de desejar melhoras ao jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). “Rogamos pela pronta recuperação do Síndico Wahby Khalil, do Condomínio Residencial Luna Park, que está internado na UTI e com hemorragia cerebral. Por isso os nossos corações, as nossas e as nossas energias positivas estão com Wahby Khalil”, destaca a nota, pedindo punição para o personal agressor.

Entenda o caso

O síndico foi agredido a socos ao chamar a atenção de um educador físico pelo incômodo causado por um saco de pancadas instalado em uma academia de um condomínio de Águas Claras. Em vídeo gravado pelo circuito de segurança do condomínio, é possível ver o momento em que Khalil, síndico do condomínio, é agredido pelo personal Henrique. A 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) investiga o caso.

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