DISTRITO FEDERAL

Após confundir píton com jiboia, polícia procura cobra solta por engano

O Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar do Distrito Federal admitiu a confusão, mas reitera que já está a procura do animal

Ronayre Nunes
postado em 08/04/2022 21:47 / atualizado em 08/04/2022 22:57
O momento da soltura da píton -  (crédito: Reprodução/PMDF)
O momento da soltura da píton - (crédito: Reprodução/PMDF)

Uma cobra píton é procurada pelo Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) em uma região de mata perto do Gama. O animal foi solto de forma proposital no local após ter sido confundido pelos agentes com uma jiboia na última quarta-feira (6/4).

A píton não é venenosa, mas por ser uma cobra exótica, o “retorno” do animal para a mata pode gerar riscos ambientais — além de possíveis acidentes com humanos.

O vídeo da soltura do animal na natureza foi divulgado pela própria PMDF. Após a divulgação, contudo, estudiosos deste tipo de réptil identificaram a cobra como uma píton. Nesta sexta-feira (8/4), a corporação emitiu uma nota admitindo a confusão e reiterando que já procura o animal.

Histórico das cobras em Brasília

Vale lembrar que foi na região do Gama que a "Naja de Brasília" ganhou repercussão em 2020. O caso da naja foi manchete no Brasil todo. Após um estudante ser picado pela cobra e ficar em coma, foi revelado todo um esquema de tráfico de animais em Brasília. Pedro Henrique Krambeck Lehmkuhl e mais três pessoas — a mãe, o padrasto e um amigo — foram indiciadas pelo crime.

Além da naja, foram encontradas mais 22 serpentes em posse de Pedro Henrique. A criação dessa espécie no Brasil é proibida por lei.

Após ser picado pela cobra, o estudante ficou cinco dias internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O animal foi abandonado perto de um shopping, no Lago Sul. Ao ser recuperado, ele ficou aos cuidados do Zoológico de Brasília e depois foi levado para o Instituto Butantan.

A naja ganhou fama nas redes sociais, gerou vários memes e ganhou até mesmo um ensaio fotográfico.

Os acusados seguem em liberdade. Desde o início do processo, já foram realizadas três audiências de instrução, uma em junho de 2020, outra em setembro de 2021, e a mais recente, em novembro. O processo agora aguarda uma sentença.

Leia a nota da PMDF íntegra:

"A Polícia Militar do Distrito Federal, por meio do Batalhão de Policiamento Ambiental, realiza um trabalho de excelência o qual tem resultado em altos índices de produtividade. Apenas nesses três primeiros meses de 2022, 126 cobras foram resgatadas. Em 2021 foram 512 cobras.

Com o apoio do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas) e contando, muitas vezes, com a boa vontade de clínicas privadas, o batalhão realiza o manejo desses animais na tentativa de salvar a todos de forma que voltem saudáveis ao seu habitat natural.

O Batalhão, juntamente com o Zoológico e demais órgãos ambientais, já está à procura da Píton. Informamos que a referida cobra era extremamente calma, sendo indício de que era criada em cativeiro. Ressaltamos que alguns estados já estão autorizando o comércio desse animal".

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