Investigação

"Atirou para se defender", diz mãe de jovem ameaçado por coronel da PM em motel

Na manhã deste sábado (9/4), um policial militar foi preso por estupro após supostamente obrigar um jovem a ter relações sexuais. O rapaz também foi preso por porte de arma, disparo e dano

Darcianne Diogo
postado em 09/04/2022 21:27 / atualizado em 09/04/2022 21:27
Caso ocorreu em um motel de Taguatinga -  (crédito: Google maps/Reprodução)
Caso ocorreu em um motel de Taguatinga - (crédito: Google maps/Reprodução)

A mãe do jovem ameaçado por um coronel da Polícia Militar (PMDF) após ser supostamente obrigado a ter relações sexuais com ele contou ao Correio que filho passou por momentos de apuros e tentou apenas se defender. O caso ocorreu na manhã deste sábado (9/4), em Taguatinga Norte, e o PM, Edilson Martins da Silva, 47 anos, foi autuado por estupro. O rapaz, de 21 anos, responderá pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, disparo de arma de dano.

A mulher, que preferiu não revelar a identidade, relatou que o filho foi abordado pelo PM logo depois de sair do curso de mecânica no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Para a mãe, o rapaz disse que foi forçado a entrar no carro do militar e ameaçado com uma arma de fogo. Segundo o delegado Wolney Quintão, da 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), o coronel bebia com os amigos em um bar da região, quando avistou o jovem andando e ofereceu uma carona. “Nesse trajeto, o homem relata que o policial mandou ele entrar no carro e a todo momento ficou apontando a arma para a cabeça dele”, explicou.

Assustado, o estudante enviou mensagens ao celular de um amigo pedindo para que ele acionasse a polícia. Os dois chegaram a ir até a casa do coronel, onde o rapaz registrou vídeos da garagem da residência e tirou foto da placa do carro do PM para enviar ao colega. No local, Edilson deu R$ 100 para o jovem comprar cocaína e lança-perfume. Em depoimento, o homem contou que o policial começou a dirigir de forma perigosa na via e entrou em um motel contra a vontade da vítima. “Ainda dentro do carro, o rapaz relata que o coronel pegou nas partes íntimas dele e fez sexo oral de forma não consensual”, acrescentou o delegado.

Fuga


No motel, Edilson deixou a arma dentro do carro e, enquanto estava na suíte com o jovem, falou que ia descer para buscar o armamento, o que preocupou o rapaz. Quando voltou, o estudante aproveitou o descuido do PM, pegou a arma, a chave do carro dele, o trancou no quarto e fugiu.

Enquanto aguardava ser atendido pela recepcionista do motel, efetuou quatro disparos para o alto. “Ele deu esses tiros para descarregar a arma e não se sentir mais em risco, pois o coronel estava ameaçando. Tanto é que ele não apontou a arma para ninguém, apenas atirou aleatoriamente”, disse a mãe do jovem. “Estamos muito receosos e correndo atrás dos documentos para a audiência de custódia, porque ele agiu em defesa da integridade física”, acrescentou.

A funcionária do motel acionou a PM, que conduziu o policial e o rapaz à 12ª DP. Os dois devem passar por audiência de custódia neste domingo (10/4). O Correio tenta contato com a defesa de Edilson.

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