Crime virtual

Homem de 22 anos é preso por vender pornografia infantil na internet

Suspeito foi encontrado em casa, no Riacho Fundo, após investigação da Polícia Civil que revelou a venda de arquivos por grupos do Telegram; compradores também serão procurados

Jéssica Gotlib
postado em 19/04/2022 12:38 / atualizado em 19/04/2022 17:09
Homem disse que estava desempregado e que notou que conseguiria ganhar dinheiro fácil vendendo pornografia infantil na internet -  (crédito: Polícia Civil/Divulgação)
Homem disse que estava desempregado e que notou que conseguiria ganhar dinheiro fácil vendendo pornografia infantil na internet - (crédito: Polícia Civil/Divulgação)

Um homem de 22 anos foi preso, na manhã desta terça-feira (19/4), acusado de vender pornografia infantil em grupos do aplicativo Telegram. A operação da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC/PCDF) foi batizada de "Black Pack" e chegou até ele depois de um trabalho de monitoramento do compartilhamento de imagens pornografias em meios digitais.

Segundo o delegado Dário Freitas, o suspeito vendia arquivos de crianças e adolescentes das mais variadas idades e em situações diversas. “É uma coisa horrível que ninguém gosta de falar, mas acontece. Tem imagens de crianças de dois anos de idade sendo estupradas, crianças de 8 anos dançando nuas, adolescentes se masturbando para a câmera”, detalhou em entrevista ao Correio.

Nos anúncios, ele dizia ter imagens de mulheres adultas famosas, como Mc Mirella, Sabrina Sato, Selena Gomes "e outras 1.600 famosas do Insta". O 'vendedor' também faz referência à rede social de pornografia OnlyFans e diz que o cliente pode escolher "qual mina você ia querer ver" por R$ 5, uma galeria com 30 imagens.

Em outra postagem, ele fala sobre a possibilidade de vender 'cp', segundo o delegado, é a sigla criminosa para child porn, que quer dizer pornografia infantil em inglês. Para esses pacotes, o acusado não anuncia o preço e pede aos interessados: "chama no pv", para que perguntem informações por mensagem privada. Mas os clientes também recebiam advertência por meio das circulares, como "só chama se for comprar" e um pedido inusitado: "vamos parar de mandar fotos e vídeos da rola, por favor, a gente quer ver a beleza das mulheres".

Comprar e armazenar pornografia infantil também configuram crime

Em depoimento, o acusado informou que está desempregado e que chegou até o comércio de pirataria depois de buscar conteúdo pornográfico adulto para consumo próprio na internet. “Ele notou que, em qualquer site, você acessa pornografia adulta de graça, mas viu que o conteúdo infantil era vendido, então buscou esse meio para obter dinheiro”, explicou o delegado.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o homem não era responsável por produzir o conteúdo pornográfico, funcionava como um atravessador de vídeos e fotos que comprava para revender ou que conseguia em outros fóruns e grupos da internet. O acusado está preso e deve aguardar o julgamento na cadeia, sem possibilidade de pagamento de fiança.

O delegado explicou ainda que o próximo passo da operação é a busca por identificar compradores e outros vendedores de imagens pornográficas. De acordo com ele, essas pessoas também serão criminalmente responsabilizadas, uma vez que comprar e, até mesmo, armazenar pornografia infantil são delitos previstos em lei.

A pena, para quem vende, é de até seis anos de prisão, e de até quatro para os compradores ou ‘colecionadores’. Segundo Freitas, é difícil dizer a dimensão da rede criminosa da qual o preso desta manhã faz parte. Isso porque há compradores de todo o país nos grupos e listas de transmissão, além de os vídeos das crianças e adolescentes circularem pelo mundo todo, dificultando a identificação dos produtores de pornografia infantil.

Outro ponto que os policiais investigam é a produção e venda de conteúdo pornográfico pelos próprios adolescentes, que chegam a vender por R$ 50 imagens de nudez e masturbação, são os chamados ‘packs’. Mesmo nestes casos, os compradores e pessoas que armazenam as imagens podem ser imputados. E é a partir deste ponto, a identificação de coautores e consumidores, que a polícia civil vai continuar investigando.

 

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