Violência

Saiba quem são os homens presos por espancar torcedor em Vicente Pires

Agressão aconteceu em 8 de fevereiro, durante semifinal do Palmeiras no Mundial de Clubes. Dupla tem extensa ficha criminal por furtos, corrupção de menores, recepção, homicídio e associação criminosa

Correio Braziliense
postado em 10/05/2022 14:18 / atualizado em 10/05/2022 16:58
 (crédito: PCDF/Divulgação)
(crédito: PCDF/Divulgação)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) identificou dois dos responsáveis por espancar, em 8 de fevereiro deste ano, um torcedor do Brasiliense em Vicente Pires durante a semifinal do Palmeiras no Mundial de Clubes. Jonathan Dantas Lima, 27 anos, identificado como o motorista do Honda City branco, e Francisco Silvio Ferreira Chaves, conhecido como Júnior, 26 anos, e lutador de Muay Thai são os responsáveis pelo espancamento. Francisco foi o homem que deu um chute na cabeça da vítima quando ele estava de costas, caminhando com a namorada.

  • Francisco Silvio Ferreira Chaves, conhecido como Júnior, de 26 anos de idade, morador do Guará e lutador de Muay Thai, deu uma voadora no torcedor do Brasiliense em Vicente Pires PCDF/Divulgação
  • Jonathan Dantas Lima, de 27 anos, morador do Gama e torcedor do Palmeiras, da torcida organizada Mancha Verde, também foi preso pela polícia PCDF/Divulgação
  • Dois membros da torcida organizada envolvidos no episódio de violência foram presos pela polícia nesta segunda-feira PCDF/Divulgação

Jonathan é morador do Gama, torcedor do Palmeiras e integrante da torcida organizada Mancha Verde. Em 2012, ele esteve envolvido em práticas criminosas e possui diversas passagens pela polícia pelos crimes de furto em comércio, desobediência, receptação, roubo a pedestre, tentativa de homicídio, desacato, associação criminosa, lesão corporal, abandono de incapaz, maus tratos, injúria, ameaça, corrupção de menores e porte ilegal de arma de fogo.

Já Francisco, morador do Guará e torcedor do Vasco da Gama, integrante da torcida organizada Força Jovem do Vasco da Gama, possui antecedentes por furto em comércio, corrupção de menores, associação criminosa e homicídio.

Os dois tiveram a prisão temporária decretada na última segunda-feira (9/5). Francisco foi preso no Guará, logo depois de deixar sua irmã em uma escola pública da região administrativa. A prisão de Jonathan ocorreu no Gama, em sua casa. No local, foi cumprido busca domiciliar e a polícia apreendeu vasto material vinculado à torcida organizada Mancha Verde, entre os quais, as roupas usadas por Jonathan no dia do crime.

Os dois homens foram levados para a prisão e permanecem à disposição da Justiça.

Violência

Segundo informações apuradas pela 38ª Delegacia de Polícia (Taguatinga), os autores da agressão estavam na Rua 3 de Vicente Pires, na sede da Mancha Verde, no dia da semifinal do Mundial de Clubes em que o Palmeiras disputava. As torcidas, com a vitória do time, saíram para agredir torcedores rivais. O grupo deixou a sede do Mancha Verde em um grupo de seis homens em um carro Honda City branco.

Delegado-chefe da operação, João Ataliba Neto explica que a investigação foi iniciada no mesmo dia da ocorrência, em 8 de fevereiro. “O que impressiona no caso é a violência da torcida organizada no DF. Passamos esse tempo em busca de identificar os autores, que além de agredirem, também subtraíram os uniformes da vítima e apresentaram a roupa como troféu em um perfil no Instagram vinculado a uma torcida organizada do Gama”, pontua.

O delegado destaca que o nome dos agressores está sendo divulgado “pois é provável que haja outras pessoas vítimas de ações com o mesmo modus operandi, não apenas em Vicente Pires. O nosso trabalho agora é localizar outras vítimas e identificar mais envolvidos nos casos de agressão”, salienta.

No dia do crime, os homens se depararam com um casal de torcedores do Brasiliense, que caminhava nas proximidades. Quatro dos autores desceram do carro e após cercarem o casal, dois deles se aproximaram por trás e os pegaram de surpresa. Francisco chegou correndo por trás e deu uma voadora na vítima de 18 anos, que estava com a namorada, de 14 anos.

Caído no chão, o torcedor do brasiliense continuou a levar golpes na cabeça e diversos chutes. Enquanto ele era espancado, um dos envolvidos roubou um casaco que estava sendo usado pela namorada do rapaz. Na avaliação do delegado Ataliba, a escolha das vítimas não foi aleatória. “Eles provavelmente estavam na sede do Mancha Verde quando receberam a informação de que havia torcedores do time rival na proximidade, por isso encontram esse casal. A sorte é que não agrediram também a jovem de 14 anos”, explica.

Após as agressões, os suspeitos roubaram a bermuda da vítima e R$200. Depois, os homens voltaram para o carro do comparsa e fugiram do local.

Veja o posicionamento da Mancha Verde

Em nota, a torcida organizada da Mancha Verde destacou que repudia qualquer ato criminoso. "Dito isso, chama atenção da entidade a forma como a imagem da torcida foi usada para dar contextos midiáticos para a operação policial", pontua.

"Materiais da organizada foram levados à delegacia e filmados para divulgação na imprensa como se fossem provas de crimes. A própria condução do suspeito até a delegacia aconteceu com ele vestindo uma camisa da Mancha Verde, com direito a uma filmagem padronizada para ser exibida nos canais televisivos. Um único indivíduo da nossa torcida que praticou um delito não nos representa. O que nos representa, pelo contrário, são nossas ações sociais, como a doação de Páscoa que fizemos a uma creche, nosso projeto em ação do Kit Dignidade, que arrecada produtos de higiene pessoal para crianças, nossas ações de doação de sangue, nossos movimentos de entrega de alimentos para pessoas em situação de rua e várias outras atividades que carregam com orgulho o nome Mancha Verde Brasília, mas não são divulgadas com a mesma proporção de um ato infeliz de um único membro", informaram em rede social.

 

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