Justiça

Policial civil é condenada por denunciação caluniosa contra delegado do DF

Presa por perseguir o ex-namorado, Rafaela Motta deve ficar em internação por um ano, após mentir ao dizer que um delegado da PCDF a agrediu e a estuprou

Darcianne Diogo
postado em 27/05/2022 17:43 / atualizado em 27/05/2022 19:36
Em agosto, Rafaella tentou impedir que o ex desse depoimento -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
Em agosto, Rafaella tentou impedir que o ex desse depoimento - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

Presa por perseguir o ex-namorado, a agente da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Rafaela Motta foi condenada pela Justiça pelos crimes de denunciação caluniosa, fraude processual e violação de domicílio praticados contra um delegado da corporação. Por ser inimputável, a mulher teve a pena substituída por internação como medida de segurança.

Na decisão proferida em 11 de maio, o juiz Francisco Marcos Batista concluiu que a materialidade e autoria do crime são evidenciadas. Em 28 de julho de 2017, após uma relação sexual consensual, a agente se negou a sair de dentro do apartamento do delegado. Em seguida, conforme consta na sentença, a mulher acionou a Polícia Militar e a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e alegou que teria sido agredida fisicamente e violentada sexualmente.

Um inquérito foi aberto na época e o delegado chegou a ser conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. “[...] de modo que deu causa à instauração de investigação policial contra (o delegado), imputando-lhe crimes que sabia não ter praticado. Ainda de acordo com o processo, Rafaela se trancou em um banheiro da casa do investigador e, no momento que ele saiu para chamar o segurança, saiu e escondeu roupas dela e um preservativo usado.

De acordo com o juiz, a agente “intentou criar um cenário e uma narrativa que induzisse a erro as autoridades, de modo a crer que o réu teria praticado crime de natureza sexual contra a ré, ciente ela que a vítima não cometera referido delito”. Dessa forma, o magistrado estabeleceu a condenação de um ano de internação, uma vez que a agente não pode ser imputada criminalmente.

Prisão


Em 2 de dezembro de 2022, Rafaela foi presa depois de esfaquear o ex-namorado e furar os pneus dele. A servidora tentou resistir à prisão no momento da chegada da polícia e chegou a se trancar no imóvel e o advogado de defesa da agente precisou ir até o local para auxiliar nas negociações.

A Justiça havia determinado o cumprimento das medidas protetivas, que deveriam ser cumpridas pela policial. Ela deveria manter determinada distância do ex, mas rondou a casa do rapaz, no SOF Norte, furou os pneus do carro dele e, no momento que ele foi atrás dela, acabou sendo golpeado com canivete nas costas. A vítima foi encaminhada ao hospital para fazer curativos.

O Correio apurou que há, ainda, uma ação de danos morais em andamento da Justiça impetrada pelo delegado contra a agente no valor de R$ 150 mil.

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