Cultura

Rock com DNA brasiliense: grandes nomes e uma nova geração de artistas

Uma nova geração do gênero musical reforça o título que o Distrito Federal conquistou como a "capital do rock". Esses talentos mantêm o legado de artistas que explodiram na década de 1980

Isabela Berrogain
postado em 13/07/2022 06:00
Vocalista da Banda Lupa, Múcio Botelho garante: "O rock de Brasília me fez querer ser revolucionário" -  (crédito: Bené França/Divulgação)
Vocalista da Banda Lupa, Múcio Botelho garante: "O rock de Brasília me fez querer ser revolucionário" - (crédito: Bené França/Divulgação)

Berço de grandes bandas como Legião Urbana e Plebe Rude, Brasília conquistou o título de capital do rock. Hoje, no Dia Mundial do Rock, a Rota Brasília Capital do Rock, que mapeia os principais locais que fazem parte da história do movimento no Distrito Federal, completa um ano, materializando a importância da cidade na cena, que é um verdadeiro celeiro de novos talentos do estilo musical.

"Brasília foi, é e sempre será a capital do rock", afirma Múcio Botelho, vocalista da Lupa, uma das principais bandas de rock alternativo da cidade. "Nós temos o privilégio de poder rodar esse país com a Lupa, e sempre que as pessoas descobrem que somos de Brasília, elas abrem um sorriso de canto a canto. Não existe lugar neste país que consiga tirar esse título da gente", brinca.

  • Mapa-Rota do Rock 2022 Valdo Virgo
  • O músico Cookie avalia que Brasília tem muito a oferecer para o rock Victor Lira/Divulgação
  • Rodrigo Karashima, guitarrista da Let It Beatles, uma das mais famosas covers dos Beattles Studio Aviv/Divulgação
  • A Torre de TV é um dos pontos da Rota Brasília Capital do Rock Carlos Vieira/CB
  • Vocalista da Banda Lupa, Múcio Botelho garante: "O rock de Brasília me fez querer ser revolucionário" Bené França/Divulgação

O cantor, que viveu o auge de bandas como Capital Inicial e Raimundos, acredita que os brasilienses se conectam ao rock logo ao nascimento. "Desde pequeno, a gente cresce no meio dessa mistura de arte e política. Está nos nossos ossos, no nosso sangue. É a vocação do povo daqui", avalia Múcio Botelho. "O rock gringo me fez querer ser famoso. O rock de Brasília me fez querer ser revolucionário", declara.

Cena fervente

O patrimônio deixado pelos artistas da década de 1980 é inegável, porém a capital não vive só do passado. "Hoje, a gente está levando o rock para quem não aguenta mais ouvir que Brasília só foi incrível nos anos 1980. Essa cidade está mais viva do que nunca e não pode se contentar em ser um museu. Tem uma geração inteira de artistas daqui que está conquistando o Brasil", garante o vocalista da Lupa . "O rock nunca foi tão pop quanto é hoje. Pela primeira vez em muito tempo, estamos vendo o rock voltando para o topo das listas do mundo. Nos Estados Unidos, na Europa e até mesmo, aqui, no Brasil, a maioria dos artistas pop estão lançando músicas de rock", complementa.

Baixista das bandas Dennehy e Escolta, João Pedro Rinehart, conhecido como Cookie, aposta no cenário atual do gênero. "Vemos artistas engajados aparecendo, mais e mais festivais que valorizam profissionais novos, além dos já conceituados. Quem sabe o melhor ainda não esteja por vir?", indaga o músico.

Além da evolução do movimento em Brasília, Cookie acredita que o gênero tem se tornado ainda mais essencial para o Brasil. "Sinto que, com tudo que tem acontecido no nosso país nesses últimos anos, os artistas se fazem cada vez mais necessários, e o rock vem dessa visão de protesto", pondera.

Para Rodrigo Karashima, guitarrista dos Let It Beatles, um dos mais conhecidos covers do famoso quarteto de Liverpool, o estilo sempre será relevante, independentemente da indústria musical. "O rock pode não estar mais na cena mainstream, mas ele nunca vai perder fãs", garante Rodrigo. "O rock continua se comunicando com os jovens que gostam de rock, que podem não ser a maioria, mas continuam aí, e quem gosta, acha muita coisa boa. O rock nunca vai morrer, isso é certeza", finaliza.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação