Saúde

Saúde pretende iniciar testes para varíola dos macacos na próxima semana

A pasta tem planos para realizar as testagem após a chegada de reagentes. Exames que antes demoravam 15 dias para serem liberados, poderão agora ter resultados em até 48 horas com testes feitos no DF

Pablo Giovanni*
postado em 28/07/2022 18:43 / atualizado em 28/07/2022 18:44
Antes, as coletas eram feitas e enviadas para o laboratório de referência do Ministério da Saúde, que fica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e levava em média 15 dias para liberar o resultado -  (crédito: Anadolu Agency/Reprodução)
Antes, as coletas eram feitas e enviadas para o laboratório de referência do Ministério da Saúde, que fica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e levava em média 15 dias para liberar o resultado - (crédito: Anadolu Agency/Reprodução)

Com 16 casos confirmados da varíola dos macacos no Distrito Federal e transmissão comunitária, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) pretende iniciar, na próxima semana, os testes para a doença na capital federal. A pasta recebeu na última terça-feira (26/7) os reagentes, e os diagnósticos vão ser realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).

Antes, as coletas eram feitas e enviadas para o laboratório de referência do Ministério da Saúde, que fica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e levava em média 15 dias para liberar o resultado.

Com a chegada dos reagentes, os exames passarão a ser realizados com resultados em até 48 horas. O Lacen tem capacidade inicial para analisar até 96 amostras semanalmente, podendo desafogar o laboratório do Ministério da Saúde. No Brasil, a varíola dos macacos já passou de 900 casos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a doença como emergência global.

No DF, até o momento, são 16 casos confirmados da monkeypox, com 40 em investigação. Todos os pacientes são do sexo masculino, com idade entre 20 e 39 anos e residem em Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires, Águas Claras, Núcleo Bandeirante, Park Way, Plano Piloto, Sudoeste/Octogonal, Itapoã e São Sebastião.

Isolamento total

Na avaliação do infectologista André Bon, há necessidade de aperfeiçoar a comunicação quanto aos cuidados que os brasilienses devem adotar contra a doença. "Precisamos melhorar a divulgação (de informações) sobre os sintomas e sobre quem deve procurar atendimento", recomenda o médico.

A mudança de status da propagação da doença pela OMS coloca a varíola dos macacos em um patamar de evento extraordinário, que apresenta riscos internacionais e, portanto, requer resposta global coordenada. Além disso, a mudança funciona, principalmente, como um apelo para a atração de recursos e de atenção para combater o surto.

André Bon destaca que o anúncio da organização não "altera substancialmente as ações de saúde", mas o conhecimento acerca dos perigos da virose provocada pelo monkeypox é essencial. "Não passam a existir grandes diferenças em nossa conduta (médica). Os profissionais de saúde já estavam em alerta, e existem protocolos definidos pela vigilância (epidemiológica), com critérios necessários para a notificação dos pacientes e a coleta de material para diagnóstico", completa o infectologista do Hospital Brasília.

Atenção! Principais sintomas

Dor de cabeça;
Dor nas costas;
Fraqueza intensa;
Febre acima de 38,5°C;
Dores musculares e no corpo;
Linfonodos inchados (caroços na pele);
Lesões de pele, que também podem afetar genitais e reto.

Quando procurar atendimento médico?

Qualquer pessoa com lesões de pele como manchas e bolhas d'água, com ou sem pus, deve procurar atendimento. Um dos principais fatores de risco para a infecção é a relação sexual casual. Devem buscar unidades de saúde, principalmente: indivíduos com parceiros ou parceiras sexuais ocasionais que tenham tido contato com casos confirmados ou suspeitos, além de pessoas que viajaram para locais com prevalência de diagnósticos.

Quem pode se contaminar?

Qualquer pessoa. A doença é transmissível por superfícies contaminadas, por contato direto com lesões de pacientes, com fluidos corporais ou gotículas respiratórias e por proximidade, sem uso de máscara, com indivíduos infectados, ainda que não apresentem feridas. O período médio para que uma pessoa curada deixe de transmitir a doença é de três a quatro semanas após a cicatrização completa das lesões na pele.

*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação