Eleições

Cientista político prevê segundo turno para presidente e governador

Leonardo Barreto, doutor em Ciência Política pela UnB, comentou as tendências as eleições de 2022 e como a disputa está acontecendo no Distrito Federal e no país

Carlos Silva*
postado em 30/09/2022 15:59 / atualizado em 30/09/2022 16:00
"Por enquanto, ainda estamos presos em um evento lá de 2013 e que ainda nos cobra um pedágio", avalia Leonardo - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O doutor em Ciência Política Universidade de Brasília (UnB) Leonardo Barreto foi o convidado do CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — desta sexta-feira (30/9). Na entrevista à jornalista Denise Rothenburg ele comentou diferenças entre os cenários local e nacional, tendências para essas eleições e como a disputa está acontecendo no Distrito Federal (DF).

Leonardo afirmou, ao analisar as pesquisas de diversos institutos de opinião, que há 70% de chances de haver segundo turno para a eleição do presidente da República. Ao comentar o cenário para Brasília, também com base nas pesquisas disponíveis, ele afirmou que haverá segundo turno. “Existe uma dúvida de quem faria face ao governador Ibaneis Rocha. Sendo que tanto Leandro Grass (PV) quanto Leila do Vôlei (PDT) e Paulo Octávio (PSD) têm chances de disputar esse segundo turno”, avaliou.

 

Na visão de Leonardo, os candidatos têm diferentes aproximações estratégicas com o eleitor. Paulo Octávio fala de gestão e Leila sobre humanização. Porém, Grass pode estar aproveitando uma “onda Lula”, de acordo com o cientista político. “Talvez, ele esteja concentrando no Ibaneis críticas sobre questões locais. Trazer o governador para o lado de Bolsonaro e tentar nacionalizar mais a eleição pode ajudar a conseguir mais espaço. Além de criticar Ibaneis, ele deve colocar um pouco mais dele, mostrando a que veio, coisa que Paulo Octávio e Leita vêm fazendo", apontou.

Corrida pelo Senado

Outro ponto da entrevista foi a disputa entre as candidatas Damares Alves (Republicanos) e Flávia Arruda (PL) pelo Senado. Para Leonardo, embora as duas atuem no campo conservador, têm estratégias de campanha distintas na busca pelos votos. 

“A campanha da Flávia é muito pautada no passado do deputado Arruda, do período em que ele era governador e das lealdades que construiu naquele momento. Talvez, até buscando um voto mais pragmático, como a pessoa que vai trazer recursos. Já a candidata Damares foi para o campo dos valores, muito ligada ao movimento evangélico, às igrejas neopentecostais, à família e valores. O que me surpreende é não acontecer aqui o que está acontecendo no Rio Grande do Sul, em que a divisão de candidatos de direita empoderou um candidato de esquerda”, disse.

Nacional e local

As diferenças entre as disputas nacional e local também foram discutidas. O cientista político analisou que é possível observar a passagem do viés ideológico para o pessoal. “O que estamos vendo é uma grande tendência de continuidade, tanto nos governos estaduais quanto no Congresso. Quem está, realmente, sob risco de ser a exceção da regra é o presidente Bolsonaro, e, aí, me parece que tem mais questões de rejeição pessoal que ligadas a governo”, comentou. Leonardo avaliou que os próximos quatro anos serão de transição. “Por enquanto, ainda estamos presos em um evento lá de 2013 e que ainda nos cobra um pedágio”, concluiu.

Confira o CB.Poder na íntegra:

*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso

 

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