Animais silvestres

Onça-parda resgatada em Planaltina é solta pelo Ibama nesta sexta-feira

Somente este ano, o Batalhão da Polícia Militar Ambiental atuou em 2.416 resgates de animais. Caso veja algum animal silvestre em área urbana, a orientação é acionar o 190

Correio Braziliense
postado em 07/10/2022 22:17
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

A onça-parda resgatada no câmpus da Upis esta semana foi devolvida, ontem, à natureza. A fêmea de 27kg passou por exames laboratoriais e corporais no Zoológico de Brasília. Contudo, de acordo com a assessoria do Zoo, não apresentou nenhuma alteração relevante nos resultados. A decisão da soltura do animal foi tomada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que o soltou em uma região autorizada de Águas Emendadas, em Planaltina.

O felino não é o primeiro caso que repercute no DF. Somente este ano, 2.416 animais foram resgatados pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA). O tenente-coronel Fábio Pereira, comandante da BPMA, orienta que a população, em caso de avistar animais silvestres em perímetros urbanos, acione imediatamente o 190.

“Trabalhamos 24 horas, e nosso acionamento é pelo telefone normal da Polícia Militar. Temos equipamentos próprios na corporação e pessoal preparado. Os policiais fazem curso de policiamento ambiental uma vez ao ano, para se aprimorarem”, detalha.

Segundo o tenente-coronel, nesta época do ano, é comum aumentar a incidência de saruês, urubus e corujas, além de serpentes, devido à chegada da chuva. “Tem alguns animais que dão mais trabalho para serem capturados que outros. Mas é importante destacar para as pessoas não machucarem esses bichos. O correto é afastar as crianças, que não possuem um discernimento do perigo, e os idosos, devido à dificuldade de locomoção”, afirma.

Fábio Pereira também ressalta a importância de manter a vigilância sobre onde o animal está. “O mais importante é não se aproximar do animal. É válido lembrar, também, que os animais mais vistos são os saruês, e eles são nômades, ou seja, não ficam na casa da pessoa. O mais comum é as mães serem vistas, porque elas precisam alimentar os filhotes. Os proprietários também devem ter cuidado com os cães, porque muitas vezes eles matam a mãe saruê, e os filhotes são muito sensíveis e precisam de cuidados especiais para sobreviverem”, destaca.

O tenente-coronel aponta que os saruês são importantes animais para o nosso ecossistema. “Eles não são roedores, são mamíferos marsupiais, mais parecidos, biologicamente, com o coala e o canguru. E desempenham um importante papel no controle de serpentes peçonhentas, de escorpiões e lacraias, que são maléficas ao ser humano”, assegura.

Avanço do ser humano

Médica veterinária do setor de animais silvestres da Clínica Escola da Universidade Católica de Brasília, Gabriella Terra observa que é possível perceber o aumento da incidência de animais se aproximando do perímetro urbano. “Isso é causado pelo avanço da população nessas áreas de mata e também a procura dos animais por alimentação. O ser humano gera uma grande quantidade de lixo, então a gente vê primatas e aves de rapina muito próximos desses locais. O fato de estarmos invadindo o território deles e de eles conseguirem essa alimentação mais fácil é o que ocasiona esses encontros dos animais com a população”, destaca.

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