Energia

Clube de Vizinhança da Asa Sul é investigado por furto de energia

O caso será investigado pela Polícia Civil. Clube nega irregularidades e afirma que uma inspeção está marcada para esta quarta-feira (19/10)

Correio Braziliense
postado em 18/10/2022 10:37 / atualizado em 18/10/2022 22:01
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

O tradicional Clube de Vizinhança, da Asa Sul, é investigado por desvio de energia pela Polícia Civil do DF. O furto foi identificado pela Neoenergia Brasília em uma operação de fiscalização. Após análise do centro de inteligência, os técnicos da distribuidora do DF verificaram que havia um desvio de energia superior a um milhão de quilowatts-hora, o suficiente para abastecer mais de sete mil moradias por um mês inteiro. Os agentes da Neoenergia regularizaram o medidor do clube e as constatações foram enviadas à Polícia Civil do DF, que investiga o caso.

Em nota, contudo, o Clube da Vizinhança nega qualquer prática ilegal. “Comunicamos aos associados e a toda a sociedade do DF, que o Clube em momento algum cometeu qualquer irregularidade com relação ao consumo de energia em seus 61 anos de existência”, garante.

O texto também diz que “somente a Neoenergia tem acesso ao quadro padrão de energia, uma vez que o quadro é lacrado e só ela detém a chave de acesso, cujo lacre estava intacto”. Segundo o clube, nesta quarta-feira (19/10), “os técnicos da empresa Neoenergia, acompanhados por engenheiros eletricistas farão nova inspeção/perícia no local a fim de esclarecer os fatos”, afirma.

Tecnologia

A Neoenergia esclareceu que os chamados “gatos”, são cobrados das empresas por meio de processo administrativo. A distribuidora de energia realiza operações de fiscalização em todo o DF e utiliza softwares associados a sensores inteligentes, que medem o fluxo de energia elétrica na rede de distribuição. O equipamento permite que a empresa consiga localizar as fraudes e desvios.

Diretor-superintendente de Relacionamento com o Cliente, Gustavo Álvares, destaca que a prática é ilegal. “Além disso, parte do valor da energia furtada acaba sendo compartilhada entre toda a população. Na prática, os clientes que pagam suas contas de forma correta, acabam arcando com a energia furtada por aqueles que agem com má-fé”, afirma.

Irregularidades

A Neoenergia já realizou, nos últimos meses, outras operações em combate aos “gatos”. Em julho, durante duas fases da Operação Happy Hour, a empresa encontrou bares com “gatos” na capital do país.

O primeiro, localizado na Asa Sul, desviava um volume de 250 mil kWh, o equivalente ao consumo de aproximadamente 1,4 mil residências por um mês. Outros quatro estabelecimentos foram pegos poucos dias depois. Três deles também da Asa Sul e um quarto em Águas Claras. Ao todo, o volume de energia recuperado foi de 1.043 milhões de kWh, equivalente ao consumo de aproximadamente 5,8 mil casas por um mês.

Já em agosto, a operação batizada de “Massa Fresca”, em parceria com a 20ª e 14ª Delegacia de Polícia (Gama), junto com o Instituto de Criminalística (IC), a Neoenergia encontrou duas padarias e uma pizzaria com irregularidades. O desvio de energia era suficiente para abastecer 2,5 mil casas em um mês.

Legislação

Os “gatos de energia” representam riscos para a segurança. A prática é ilegal e prejudica o fornecimento de energia da região, podendo causar graves problemas para a rede elétrica e ocasionar a interrupção do abastecimento.

De acordo com o artigo 155 do Código Penal Brasileiuro, o crime pode acarretar penas de até oito anos de prisão. Denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone 116.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação