Ofensas

Mulher denunciada por injúria racial em festa na Asa Norte nega acusação

A enfermeira Priscila Pereira foi acusada de gritar com a jornalista Luana Gomes, chamando-a de "preta desgraçada" e "macaca". Ela nega ter proferido esses termos

Ailim Cabral
postado em 17/12/2022 20:11 / atualizado em 17/12/2022 20:12
 (crédito: Caio Gomez)
(crédito: Caio Gomez)

A enfermeira Priscila Pereira, 38 anos, acusada de injúria racial pela jornalista Luana Gomes em um evento no dia 9 de dezembro, na Escola de Samba Acadêmicos da Asa Norte, nega as acusações.

Erick Couto, advogado de Priscila, afirmou que a cliente nega o crime e que a defesa irá buscar comprovar sua inocência. Ele explicou que as duas envolvidas chegaram a discutir e, embora tenha xingado Luana, os termos usados por Priscila não tinham cunho racista.

Na versão apurada pelo Correio neste sábado (17/12) com o advogado de Priscila, as duas discutiram enquanto Luana conduzia Priscila até o banheiro e que, neste momento, a enfermeira teria se soltado das mãos da Luana.

“O que ela disse foi ‘me solta sua escrota’ e, no calor da discussão, as pessoas participantes da festa começaram a se manifestar chamando a Priscila de racista. Não houve qualquer tipo de ofensa racista ou injúria racial”, afirma Erick.

Entenda o caso

A jornalista Luana Gomes denunciou ter sido vítima de injúria racial enquanto trabalhava como colaboradora de produção no evento "Quintal do Samba", em 9 de dezembro, na Escola de Samba Acadêmicos da Asa Norte. A acusada, Priscila Pereira de Oliveira, chegou a ser presa em flagrante, mas foi liberada depois de pagar fiança no valor de R$ 2,5 mil.

De acordo com Luana, chovia muito e Priscila chegou quando a produção não estava mais permitindo a entrada do público, devido ao caos causado pelo tempo chuvoso. No entanto, Luana se solidarizou ao ver que Priscila precisava usar o banheiro com urgência. "Ela chorava muito. Me ofereci para acompanhá-la", relatou.

Segundo a jornalista, a mulher aparentava estar alcoolizada. "Estava alterada, alegando que o evento estava fracassado", contou Luana. "Ao chegar ao banheiro, ela alegou que não precisava mais urinar. "O chão estava molhado e ela estava bêbada. Segurei ela, pois o chão estava escorregadio. Ela pediu que eu não encostasse nela", disse a jornalista.

As duas foram juntas até a saída do evento. De acordo com Luana, assim que saiu, Priscila gritou: "Sua preta desgraçada. Sua macaca". Acompanhada por testemunhas, a jornalista foi até a 5ª Delegacia de Polícia e registrou boletim de ocorrência. Priscila foi presa, mas liberada em seguida após pagar fiança de R$ 2.500.

"Seguirei firme e consciente de onde eu vim e de todos os meus passos com a certeza de onde eu posso e tenho capacidade de chegar! Não só por mim, mas por todas as pessoas pretas como eu, para que juntas possamos combater essa onda de racismo que se espalha pelo nosso país", declarou Luana em postagem nas redes sociais.

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