ENTREVISTA

Secretária anuncia ação conjunta para o combate à violência contra a mulher

Ao CB.Poder, a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, reconheceu que o número de casos de feminicídio são alarmantes, mas afirmou que já diminuiu muito. Segundo ela, a redução foi de 42% na primeira gestão de Ibaneis Rocha e vai cair mais

Carlos Silva*
postado em 05/01/2023 06:00
 (crédito:  Mariana Lins )
(crédito: Mariana Lins )

Giselle Ferreira, secretária da Mulher do DF, foi a entrevistada do CB.Poder. A titular da pasta falou sobre ações conjuntas para lidar com os índices de violência contra a população feminina na capital e anunciou a construção de mais quatro unidades da Casa da Mulher Brasileira em São Sebastião, Recanto das Emas, Sobradinho II e Sol Nascente, ainda este ano. "Com isso, ampliaremos todo o anel (de atendimento) do Distrito Federal para as mulheres saberem que elas podem ser acolhidas", afirmou. Ao jornalista Roberto Fonseca, ela também comentou nesta quarta-feira (4/1) sobre a importância da divulgação de contatos e locais de atendimento para esse público.

O ano de 2023 mal começou e já tivemos três casos de feminicídio em Ceilândia e Águas Lindas. Como a Secretaria da Mulher deve se posicionar para enfrentar e tentar resolver uma questão tão grave?

A pauta da mulher tem que ser de toda a sociedade. Esse é um tema transversal, e nós trabalharemos junto com a secretaria de Segurança, a Defensoria Pública, o Ministério Público, com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), entre outros. Realmente, os dados são alarmantes, mas, com certeza, já diminuiu bastante (a quantidade de casos) . Na gestão passada do governo Ibaneis Rocha, nós os reduzimos em 42% e vamos diminuir cada vez mais. Acreditamos que um dado estatístico já é muita coisa, porque nós queríamos noticiar aqui tolerância zero, nenhum caso, mas já estamos diminuindo. Também estamos realizando o trabalho de prevenção, divulgação e de fazer com que a mulher saiba que ela não está sozinha, que existem núcleos, a Casa da Mulher Brasileira e as delegacias especializadas da mulher (da 204 Sul e em Ceilândia). Peço à sociedade que nos ajude a divulgar isso. A mulher que está precisando de apoio, está sendo vítima, ou está correndo risco de morte, tem seu lugar nos nossos equipamentos públicos.

Há previsão orçamentária e está em andamento a licitação para a construção de mais quatro Casas da Mulher Brasileira. Como funcionarão?

Lá, a mulher tem atendimento psicossocial. Alguns órgãos estão lá dentro, como a Defensoria Pública, o Ministério Público, o núcleo jurídico de atenção à mulher. Nós já temos o orçamento e o projeto (das novas casas) está em fase de licitação. Com isso, ampliaremos todo o anel (de atendimento) do Distrito Federal para que as mulheres saibam que podem ser acolhidas. Sei que é importante divulgar casos de violência contra a mulher, mas é importante divulgar também onde ela pode ser atendida. 

Pode-se dizer que a questão da mulher não é só uma secretaria específica, mas é um plano horizontal de governo, com união de várias pastas?

É um tema transversal. O time (de secretários) do governador teve uma reunião na terça-feira (3/1) e ele já estabeleceu a união das cinco secretarias mais ligadas à área social para trabalhar em conjunto. São elas as secretarias de Justiça e Cidadania (Sejus), Desenvolvimento Social (Sedest), Família e Juventude, Ação Social e a da Mulher, as quais estarão integradas em torno desta questão. Quando falamos sobre a mulher, abordamos toda a família e um ciclo. 

No primeiro mandato do governador Ibaneis, a senhora foi secretária executiva do Esporte. Como essa experiência em uma secretaria com um caráter mais familiar pode ajudar?

Sou professora de formação. Acredito que a educação e o esporte caminham juntos. Na época, nós implementamos no esporte também esse cunho social. Fizemos programas de doação de material esportivo. E o governador estabeleceu que a gente entregasse chuteiras também, porque enquanto uma criança está com uma chuteira no pé, não vai estar com uma arma na mão, não vai estar se entregando às drogas e à delinquência. Isso é uma política pública a favor da mulher, porque nós, mães, sabemos que nossas crianças estão no centro olímpico, fazendo uma atividade física. Nós temos 12 centros olímpicos, havia 26 modalidades, mas não tinha futebol feminino, então, nós o implementamos. Também reformamos e construímos campos sintéticos, chegamos a uma marca de 50 deles. Como disse, esse tema é transversal e nós vamos contribuir para o esporte e também em todas as áreas, convidando a todos para nos ajudar, por não ser essa uma pauta da mulher, mas de toda a sociedade.

*Estagiário sob supervisão de Malcia Afonso

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

Newsletter

Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

FRASE

"Estamos realizando o trabalho de prevenção, divulgação e de fazer com que a mulher saiba que ela não está sozinha"

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE