AGRESSÃO

Advogado agressor de colega de profissão acumula 78 ocorrências policiais

Cledmylson Lhayr Feydit Ferreira soma registros por crimes como o cometido contra a advogada Giselle Piza de Oliveira, desacato, injúria, ameaça e lesão corporal. "Não haverá descanso até que ocorra a punição deste criminoso", avisa defesa da vítima

Darcianne Diogo
Pedro Marra 
postado em 23/03/2023 06:00 / atualizado em 23/03/2023 14:28
 (crédito: Reprodução/Redes sociais)
(crédito: Reprodução/Redes sociais)

O advogado acusado de agredir com tapas, socos e puxões de cabelo uma mulher em frente ao Bloco A do Centro Comercial do Sudoeste (CCSW) 5 está envolvido em 78 ocorrências policiais registradas nas delegacias do Distrito Federal. Dessas, em pelo menos 30, Cledmylson Lhayr Feydit Ferreira, 60 anos, aparece como autor dos fatos.

O Correio apurou que as ocorrências são diversas, que incluem crimes no âmbito da Lei Maria da Penha, desacato, injúria, ameaça e lesão corporal. Segundo fontes policiais, em alguns dos casos, o acusado cometeu situações semelhantes como a ocorrida com a advogada Giselle Piza de Oliveira, 41 anos.

O Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) vai instaurar um procedimento de suspensão preventiva contra o advogado. A medida é baseada na Lei 8.906. "Nesse processo é resguardado a ampla defesa e visa suspender o profissional em 90 dias", afirmou, a reportagem, o presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-DF, Antonio Alberto Cerqueira. Ele explica que o processo pode resultar na expulsão do advogado, que, sem a carteira da OAB-DF, fica impedido de exercer a profissão.

A Polícia Civil (PCDF) prossegue com as investigações. O próximo passo é buscar pessoas que testemunharam as agressões cometidas contra Giselle Piza de Oliveira. "Não haverá qualquer hesitação e ou descanso até que ocorra a punição deste criminoso, tudo dentro da estrita legalidade no cumprimento do devido processo legal e ampla defesa", declarou ao Correio o advogado de defesa da vítima, Daniel J. Kaefer. 

Guarda responsável

Para especialista em direito animal Ana Paula de Vasconcelos, é preciso que o responsável por um cachorro de grande porte exerça a guarda responsável. “A pessoa mantém o animal em segurança e permite que os outros que transitam em locais públicos também estejam seguros. Através disso se evita situações lamentáveis como essa”, analisa.

Ana Paula, que também é vice-presidente da Comissão de Direito Animal da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), quer trabalhar ações educativas no grupo para propor ao governo local. “É um risco não exercer a guarda responsável, porque o cachorro pode se assustar, correr para a aposta, morrer atropelado, se tiver uma cadela no cio, pode correr de maneira descontrolada e sofrer algum acidente”, finaliza.

O caso

As agressões ocorreram na manhã de segunda-feira e foram registradas em vídeo. De acordo com o delegado-adjunto da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), Douglas Fernandes, a briga começou depois de Giselle reclamar da falta de focinheira no cachorro de grande porte do agressor. A mulher acionou a Polícia Militar e, no momento em que o advogado estava prestes a fugir, ela filmou a placa do carro dele. As imagens mostram o homem saindo do veículo, indo em direção à advogada e a agredindo. Ele a joga no chão e pega o celular dela. Na delegacia, o homem alegou que a vítima o chamou de "velho manquenga" e de "viado", o que se trataria de injúria qualificada.

Cledmylson foi conduzido à 5ª Delegacia de Polícia (área central), onde foi autuado por lesão corporal leve e porte de arma branca — ele tinha um canivete no bolso. Após assinar um termo circunstanciado de ocorrência, ele foi liberado. Os investigadores da 3ª DP também buscam possíveis câmeras de segurança próximas ao local da briga que tenham captado o início da confusão.

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