Saúde

Família acusa Hospital do Paranoá de negligência após bebê nascer morta

Criança nasceu sem vida na última quinta-feira (30/3). Pais alegam que tentavam atendimento desde segunda (27/3) e o parto não foi realizado a tempo

Mila Ferreira
postado em 31/03/2023 17:00 / atualizado em 31/03/2023 17:00
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Uma mãe deu à luz um bebê sem vida na última quinta-feira (30/3) no Hospital do Paranoá. Danya Beatriz, 25 anos, e o marido, Matheus Chiba Barros, 28, acreditam terem sido vítimas de uma postura negligente por parte do hospital. Segundo relatos do casal, a mulher estava em trabalho de parto desde domingo (26/3) e procurou o Hospital do Paranoá na segunda-feira (27/3), mas os médicos se recusaram a realizar o parto até meia noite de quinta-feira (30/3), quando foi constatado que não havia mais batimentos fetais, isto é, o bebê estava morto dentro do ventre da mãe.

Segundo Matheus, a esposa Danya, que já estava com nove meses de gestação, entrou em trabalho de parto no domingo (26/3). O casal resolveu ir à Casa de Parto de São Sebastião, mas foram enviados de volta para casa pois, segundo os profissionais que atenderam Danya, ainda não estava na hora do parto. Sentindo muitas dores, Danya foi levada pelo marido ao Hospital do Paranoá na segunda-feira (27/3) onde os médicos aplicaram remédio para dor na veia dela e propuseram a indução do parto normal. "Nós não queríamos parto normal, pois o médico que acompanhou a minha esposa durante toda a gestação já tinha dito que o mais seguro seria uma cesariana", relatou Matheus.

O casal voltou para casa mais uma vez, mas retornaram ao hospital no dia seguinte pois as dores de Danya continuaram. Os médicos seguiram aplicando remédio na veia dela e enviando o casal de volta para casa até meia noite de quinta-feira (30/3), quando foi constatado que o feto não tinha mais batimentos cardíacos. "A gente voltava ao hospital, eles davam remédios na veia dela e nos enviavam de volta para casa. Isso se seguiu até meia noite de quinta-feira, quando eles fizeram um exame e viram que não tinha mais batimentos fetais", contou Matheus.

O pai da criança disse que, ao ser constatada a ausência de batimentos cardíacos no bebê, os médicos disseram que o aparelho usado para realizar o exame poderia estar com defeito e pediram para aguardarem. "Eles queriam esperar a troca de turno para passar a responsabilidade para outros médicos. Minha esposa ficou de meia noite às 7h da manhã com a nossa filha morta no ventre", declarou o pai.

A criança nasceu morta na manhã de quinta-feira (30/3). De acordo com Matheus, a menina se chamaria Chloe e seria a primeira filha do casal. Um boletim de ocorrência foi registrado na 6ª Delegacia de Polícia, do Paranoá. "Nós queremos que a médica que nos atendeu seja afastada", afirmou Matheus. "Também não tivemos nenhum tipo de assistência psicológica. Foi um trauma muito grande", completou. 

Outro lado

A Superintendência de Saúde da região Leste informou que a paciente estava internada na unidade sob os cuidados da equipe médica, tendo sido avaliada horas antes sem critérios para indicar o parto e com vitalidade do bebê preservada. "Foi reavaliada sem sinais de batimentos fetais e indicada a intervenção com cesárea de urgência. O recém-nascido estava com duas circulares do cordão umbilical e aspirou o mecônio para o pulmão, o que provavelmente foi a causa do óbito. O corpo foi encaminhado para o IML para necropsia", disse a secretaria, em nota.

"A superintendência destaca que os protocolos em prol da segurança da mãe e do bebê foram seguidos em todas as etapas do atendimento na Casa de Parto e HRL. A vitalidade do bebê foi monitorada em todos os atendimentos e, quando houve alteração, foi indicada cesariana de urgência, como preconizado", completou o documento.

 

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