Hipismo

Atleta busca recursos para realizar o sonho de ir às Paralimpíadas de Paris

Sérgio Oliva venceu a primeira etapa para se classificar para os jogos de 2024 no paradestramento de cavalos. Agora, ele quer participar da próxima fase, que ocorre em 10 de junho na Holanda

Sérgio Oliva garantiu a primeira colocação nos três dias do Campeonato de Paradestramento Internacional (CPEDI3*), em 
São Paulo  -  (crédito: Carola May/Divulgação)
Sérgio Oliva garantiu a primeira colocação nos três dias do Campeonato de Paradestramento Internacional (CPEDI3*), em São Paulo - (crédito: Carola May/Divulgação)

O brasiliense Sérgio Oliva, servidor público e cavaleiro, conquistou a primeira etapa para uma vaga nas Paralimpíadas de Paris 2024 no adestramento paraequestre, uma das modalidades do hipismo. Ele garantiu a primeira colocação nos três dias do Campeonato de Paradestramento Internacional (CPEDI3*), em São Paulo. A competição ocorreu na primeira semana de maio. O atleta foi diagnosticado com paralisia cerebral triplegia após sofrer com a falta de oxigenação na incubadora, condição que ainda se agravou após um acidente em 1995.

A vida de Sérgio é de superação, começou a praticar hipismo como forma de terapia e, com muitas horas diárias de dedicação, o adestramento paraequestre — além de tratamento — se transformou no esporte que ele pratica há 20 anos.

Quando conquistou o direito de disputar a próxima etapa, que acontece em 10 de junho na Holanda, ele se emocionou ao bater um recorde pessoal. "No último dia de competição, tirei a maior nota da minha vida, 76.834% na prova freestyle", conta. A conquista em São Paulo é a primeira etapa de um total de seis eventos, até dezembro, nos quais o atleta pretende competir, visando a classificação para as próximas Paralimpíadas. "Quem tiver a melhor pontuação da região vai se classificar para as vagas. Eu devo competir individualmente", explica.

Desafio

No hipismo, é preciso uma relação harmoniosa entre o adestrador e o cavalo, a confiança mútua é fundamental para alcançar os movimentos necessários. Para a competição, Sérgio precisa apresentar aos jurados que consegue a obediência do cavalo. "Os atletas têm que demonstrar o domínio do animal de acordo com as diretrizes da federação. Eles avaliam o desempenho do cavalo nos exercícios predeterminados assim como a técnica utilizada pelo adestrador", esclarece o atleta.

Além do desafio de dominar o cavalo, Sérgio também conta que precisa superar o desafio de conseguir patrocinadores para que consiga chegar às competições que classificam os atletas. "A partir de agora, começa a parte internacional de classificação e, apesar de eu ter o apoio do programa bolsa atleta, do Brasília Country Clube e da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), ainda não é certo que terei toda a quantia necessária para conseguir chegar a Paris", diz o cavaleiro.

Para a competição em São Paulo, o brasiliense montou o cavalo Escadron van Koekshof, de 19 anos, que foi cedido pela proprietária e vice-presidente da CBH Barbara Laffranchi. "Isso é o que eu gosto de fazer, além de ser servidor. É um esporte caro, mas estou buscando apoiadores. Criei um projeto de lei de incentivo ao esporte paradesportivo de alto rendimento, para arrecadar o valor necessário e conseguir chegar a Paris em 2024. Empresários ainda podem conseguir deduzir impostos ao me ajudar", explica Sérgio.

Conquistas

Em 20 anos de carreira, o cavaleiro conquistou vários prêmios no esporte que escolheu representar o Brasil. Participou das paralimpíadas de Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020/2021. Foi medalha de ouro no Campeonato Mundial de Adestramento Paraequestre, em Hartputy, Inglaterra, em 2007. Participou do Mundial de Lexington, no Kentucky, Estados Unidos, em 2010; Mundial de Caen, na França, em 2014; e Mundial de Tyron, na Carolina do Norte, Estados Unidos, em 2018.

Além de sua carreira no esporte, Sérgio é formado em direito, com pós-graduação em direito público, e é servidor público no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) desde 2003. Atualmente, está lotado no Núcleo de Gestão de Aquisições e Contratos de Tecnologia da Informação (NUACTI).

"Eu sempre conciliei o esporte e o tribunal. Lá, trabalho na parte de gestão de contratos. Durante a pandemia, me adaptei muito bem ao trabalho remoto e até consigo me organizar melhor agora. Todos os meus colegas de trabalho me apoiam e ficam felizes com as minhas conquistas. Lutei a vida inteira para chegar a este momento e ter condições agora de representar o Brasil em Paris", conta ele orgulhoso de tudo o que alcançou.

Interessados em ajudar podem entrar em contato com Sérgio em seu perfil no Instagram @cavaleirosergiooliva ou por telefone (61) 98138-8010.


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Sarah Paes - Especial para o Correio
postado em 23/05/2023 06:00
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