Lesa Pátria

Major preso novamente pela PF justificou recuo de PMs para "salvar comandante"

PF encontrou mensagens do major em um outro grupo, dizendo que, "na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso". O major determinou a saída de policiais do Choque em uma barreira impedindo a invasão dos manifestantes no 8 de janeiro

Pablo Giovanni
postado em 23/05/2023 16:08 / atualizado em 23/05/2023 16:45
 (crédito:  STF/Divulgação)
(crédito: STF/Divulgação)

Alvo da 12ª fase da Operação Lesa Pátria, o major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Flávio Silvestre de Alencar já havia sido preso durante os desdobramentos da operação da Polícia Federal, em fevereiro. O oficial era responsável pela tropa do Batalhão de Choque da corporação nos atos de 8 de janeiro, e determinou a saída de policiais militares na via de acesso à Praça dos Três Poderes — que facilitou a invasão no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).

Alencar foi o único preso da operação nesta terça-feira (23/5). O Correio apurou que a Polícia Federal encontrou troca de mensagens do oficial em um grupo em dezembro do ano passado, onde Alencar afirma que, "na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso". As mensagens foram encontradas no telefone do tenente Pereira Martins — alvo da 5ª fase da Lesa Pátria. A informação foi repassada inicialmente pelo G1 e confirmada pela reportagem.

Com a revelação de novos elementos, a corporação entendeu ser necessário a prisão do oficial para não comprometer o avanço das investigações. A PF também cumpriu outros quatro mandados de busca e apreensão em endereços do Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes.

Recuo

À época, após ser preso com outros três policiais militares na 5ª fase da Lesa Pátria — entre eles o ex-comandante do DOP Jorge Eduardo Naime, ainda preso —, o oficial explicou, em depoimento à PF em fevereiro, que determinou o recuo da tropa de Choque para socorrer o então comandante-geral da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira.

De acordo com o oficial, ele recebeu chamados de um ajudante de ordens do então comandante-geral, que estava sendo cercado dentro do Congresso Nacional. Alencar então, em uma viatura, foi no bloqueio dos policiais e explicou para o tenente Rafael Pereira Martins a situação, e pediu a retirada de 16 policiais para a operação de salvamento do coronel Fábio — que acabou sendo agredido com um cone na cabeça.

No entanto, todas as viaturas — e ônibus — deixaram o bloqueio. O oficial também afirmou que o efetivo do Choque era insuficiente, mas que ele não é o responsável por determinar o número de policiais para operações do tipo. Além disso, havia pouco armamento químico para combater a ofensiva dos invasores.

Conforme divulgado pelas imagens do circuito interno do STF, policiais recuaram e manifestantes avançaram o isolamento e iniciaram a entrada dentro dos prédios do Supremo, Congresso e Palácio do Planalto, tomando conta da Praça dos Três Poderes. 

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