Operação

Major responsável pela Esplanada disse que eleições limpas eram ilusão

Flávio Alencar já foi preso pela PF duas vezes, e não foi alvo da operação desta sexta (18/8) porque já está preso. Ele era responsável pelo batalhão da Esplanada

Major Flávio Silvestre de Alencar disse a um colega que era
Major Flávio Silvestre de Alencar disse a um colega que era "ilusão acreditar em eleições limpas" - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Pablo Giovanni
postado em 18/08/2023 11:42 / atualizado em 18/08/2023 11:43

Em uma troca de mensagens com oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o major Flávio Silvestre de Alencar respondeu a um colega que dizia que Bolsonaro não iria concorrer à próxima eleição. O major, que era responsável pela Esplanada dos Ministérios, respondeu que “vai vencer (o) que Sistema quiser”, e que era “ilusão acreditar em eleições limpas”. As mensagens foram enviadas em 1° de janeiro e encontradas pela Polícia Federal ao apreender o celular do tenente Rafael Pereira Martins.

O oficial está preso há mais de 80 dias, após ser alvo de uma operação da PF. Durante os atos de 8 de janeiro, ele era responsável por toda a área da Esplanada dos Ministérios, após a folga do coronel Marcelo Casimiro. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), Alencar também falou sobre uma mensagem encontrada pela PF, no mesmo grupo, em que diz: “na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso”.

“Era um grupo de amigos. Outro ponto: aquela mensagem foi postada no dia 20 de dezembro. Em nenhum momento, a mensagem foi dita para questionar as eleições, urnas eletrônicas. O comentário era uma brincadeira. Ao final, as mídias jornalísticas não retrataram veridicamente, porque embaixo tinha um ‘kkkk’. A discussão era sobre o Fundo Constitucional, e todos nós sabemos que o Fundo é importante para o DF”, disse.

O oficial já foi preso duas vezes pela PF, na operação Lesa Pátria, em decorrência dos desdobramentos dos atos golpistas. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), junto com outros oficiais, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM.

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