ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Coronel preso pela PF diz à CPI que sustenta família com R$ 1,2 mil mensais

Aos distritais, o coronel Paulo José disse que sustenta a família com apenas R$ 1,2 mil, de uma remuneração básica dentro da corporação. Ele teve o salário de coronel suspenso por determinação do ministro Alexandre de Moraes

O coronel da PMDF disse que o valor é doado mensalmente pelo sogro dele, para manter a família. -  (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
O coronel da PMDF disse que o valor é doado mensalmente pelo sogro dele, para manter a família. - (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
postado em 21/09/2023 15:01 / atualizado em 26/09/2023 16:56

O coronel Paulo José Bezerra, ex-subchefe do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), que sustenta a família com apenas R$ 1,2 mil mensais.

Ao responder a pergunta do deputado Thiago Manzoni (PL), Bezerra disse que recebe uma remuneração de R$ 1,2 mil, correspondendo ao solo (remuneração básica de cada patente). O oficial teve o salário de coronel suspenso após uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no teor da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os PMs. “(Estou recebendo) R$ 1,2 mil. Estou preso na quinta semana, 35 dias de prisão. Tenho três filhas: 24, 20 e oito anos”, contou, dizendo, logo em seguida, que não participou no que culminou nos atos de 8 de janeiro.

O coronel citou que, três dias após os atos antidemocráticos, em 11 de janeiro, entrou com um pedido para entrar na reserva remunerada. Conforme consta no site Transparência do Distrito Federal, o coronel recebia um salário líquido de R$ 18,1 mil. A portaria enviando o oficial para reserva saiu em 13 de fevereiro.

No entanto, no cumprimento da determinação da decisão de Moraes, o comandante-geral da PMDF, Adão Macedo, só suspendeu a função pública de seis dos sete policiais. A única exceção é o próprio Paulo José Bezerra.

“Pinóquio”

Antes, o coronel disse que o companheiro de farda, o coronel Marcelo Casimiro, merece o troféu de “Pinóquio” de “cara de pau do ano”, por Casimiro supostamente ter mentido em depoimento à CPI, em junho.

Aos distritais, Bezerra citou que não era determinação dele abrir a Esplanada dos Ministérios, refutando a tese apontada por Casimiro em depoimento anterior à comissão. O coronel disse que não teria porque abrir a Esplanada, já que nem é de atribuição dele tal função. “Teve uma reunião no sábado, com o delegado Andrei (da Polícia Federal), e ele manifesta preocupação com a eventual manifestação agressiva. Acho interessante, porque eu não soube dessa reunião”, disse.

“Inclusive, o Casimiro credita a mim a ordem de abrir a Esplanada. Eu chego de férias e não estava inteirado sobre possíveis manifestações. O Casimiro merece um troféu Pinóquio, de cara de pau do ano”, completou o coronel Paulo José.

Ao ser preso, Paulo José Bezerra e outros oficiais do alto-comando da PMDF foram denunciados pela PGR pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM.

Errata: O Correio atualizou a reportagem, às 16h56 de 26 de setembro, com mudanças através de notas taquigráficas que estão disponíveis no site da CLDF

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