Veja o que ex-mulher de Durval Barbosa disse antes de esfaqueá-lo

Fernanda foi absolvida após ter sido constatado um quadro de insanidade mental. O caso ocorreu em 19 de setembro do ano passado, no apartamento do casal, na 114 Sul

Antes de esfaquear o delator da Caixa de Pandora, Fernanda disse que queria ver o "bucho" de Durval - (crédito: Arquivo Pessoal)

Pablo Giovanni +

postado em 26/09/2023 14:05 / atualizado em 26/09/2023 15:31

O Tribunal do Júri de Brasília absolveu Fernanda Gabriela de Jesus Souza, ex-mulher do delator da operação Caixa de Pandora, Durval Barbosa, pelo crime de tentativa de homicídio. Antes de esfaquear o ex-delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Fernanda disse que queria ver o "bucho" de Durval. Ela foi absolvida no processo, após ter sido constatado um quadro de insanidade mental.

Durval prestou depoimento à Justiça e contou o que aconteceu dentro do apartamento, localizado na 114 Sul, em 19 de setembro do ano passado. Durval contou que, no dia do fato, estava dormindo, quando Fernanda o pegou pelo braço e levou-o à cozinha. No local, Fernanda teria dito: “O senhor não conhece faca ainda? Eu vou lhe apresentar. Eu quero ver seu bucho”. No mesmo momento, a ré desferiu golpes de faca no abdômen de Durval.

Durante o esfaqueamento, Durval narrou que Fernanda desmaiou. Ele contou não saber o motivo das supostas agressões, mas relatou que o comportamento da ex-mulher mudou após o falecimento de gêmeos recém-nascidos do casal. No entanto, o delator da Caixa de Pandora entrou com um pedido de divórcio — homologado em fevereiro deste ano, em comum acordo.

Na absolvição da ré, a juíza aceitou um pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da defesa de Fernanda, já que laudos de exames psiquiátrico indicaram que, na época dos fatos, a capacidade de entendimento e autodeterminação de Fernanda se encontravam abolidas.

No laudo, há citação de apresentação de um quadro de “sintomas compatível com o diagnóstico de psicose não orgânica, sendo caracterizado por delírios, alucinações, desordens do pensamento e dos movimentos”, em um quadro de insanidade mental. Ela terá que fazer tratamento ambulatorial pelo prazo de dois anos. 

O caso

Presa e autuada por tentativa de homicídio, Fernanda assumiu, em depoimento prestado na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), que teria usado cocaína antes de esfaquear o marido. A mulher passou por audiência de custódia e a Justiça determinou a prisão preventiva dela.

Fernanda foi presa em flagrante pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na tarde de segunda-feira (19/9). Os militares receberam uma denúncia de violência doméstica e foram ao local averiguar, na 114 Sul. Na casa, encontraram Durval ferido por arma branca. Fernanda disse à polícia que teria esfaqueado o marido em legítima defesa. A versão, à época, era diferente da contada pela mãe de Fernanda, Rosa Cleonice, 45, que alegou que a filha estaria em surto psicótico.

O delator da Caixa de Pandora foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), sendo encaminhado logo em seguida para o Hospital do Coração. De acordo com a mãe, Fernanda sofria de depressão pós-parto e pós-luto após ter dado à luz a um casal de gêmeos e perdido os dois bebês em dois dias.