EDUCAÇÃO

Mães temem mudança compulsória de alunos de creche em Águas Claras

Famílias receberam bilhete com a informação de que 28 crianças precisariam ser remanejadas para outra creche e que seria realizado um sorteio para evitar "injustiças"

Mães fizeram faixas com críticas a possibilidade de remanejamento de 28 crianças do Centro de Educação de Primeira Infância – CEPI Jequitibá
 -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Mães fizeram faixas com críticas a possibilidade de remanejamento de 28 crianças do Centro de Educação de Primeira Infância – CEPI Jequitibá - (crédito: Material cedido ao Correio)
postado em 18/10/2023 21:46

Um grupo de mães temem que os filhos sejam remanejados do Centro de Educação de Primeira Infância — CEPI Jequitibá, em Águas Claras, para outras creches mais distantes de casa ou que não funcionam em período integral. No início desse mês, os familiares receberam um bilhete da unidade de ensino com a informação de que 28 crianças precisariam ser deslocadas para o Centro de Educação Infantil Águas Claras. A mudança ocorreria no ano de 2024 e para algumas famílias significaria um deslocamento maior em cerca de 15 km.

No bilhete, consta que seria realizado um sorteio "para que não tenha nenhuma injustiça com as crianças que serão remanejadas". No entanto, a medida não foi bem recebida pelo potencial de impactar no cotidiano das famílias. Desde então, as mães criaram um grupo de WhatsApp para fazer uma mobilização contra o remanejamento. "Eu fiquei em situação de desespero, tenho 3 filhos e nenhuma condição de conseguir entregar os três no mesmo horário cada um em um local diferente", relata Rafaela Cardoso, mãe de uma criança de 3 anos que frequenta a creche. 

Bilhete recebido pelas mães
Bilhete recebido pelas mães (foto: Material cedido ao Correio)

Segundo Rafaela, a creche em período integral, como é a realidade CEPI Jequitibá, é essencial para que ela consiga conciliar o cuidado com os filhos ao trabalho. "A creche de período integral é essencial para a minha família tanto pela proximidade da minha casa, quanto pelo horário, pois hoje em dia ninguém trabalha meio período", afirma. 

As mães se reuniram com a Regional de Ensino no dia 10 de outubro e apresentaram a demanda de ampliar as salas de aula na creche, para abrir mais espaço e possibilitar a permanência das 28 crianças. "Os ajustes seriam converter salas que hoje funcionam como brinquedoteca, por exemplo, em uma sala de aula normal, já que nas próprias salas as crianças já ficam com os brinquedos e a escola em si também utiliza bastante a área do pátio para atividades intraclasse", defende Rafaela. 

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recebeu uma notícia de fato sobre o caso e requisitou informações à Secretaria de Educação. Nesta quarta-feira (18/10), o MPDFT se reuniu com a Regional de Ensino — sem a participação dos pais das crianças.

Resposta da Secretaria de Educação

Ao Correio, a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal informou que o referido remanejamento das crianças, informado pela direção do CEPI Jequitibá, não foi autorizado, tendo em vista que a Pasta ainda está em fase de planejamento da estratégia de matrículas do ano letivo de 2024.

"A SEEDF informa, ainda, que trabalha para solucionar todas as demandas apresentadas, realizando os ajustes finais necessários para que as crianças sejam atendidas em escolas mais próximas de casa, no próximo período letivo", disse a Secretaria, em nota.

O Correio não conseguiu contato com a direção do CEPI Jequitibá.

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