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SEGURANÇA

O poder feminino nas Forças de Segurança do Distrito Federal

Pela primeira vez na história da capital federal, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros serão comandados simultaneamente por duas mulheres. GDF espera servir de exemplo a outros estados nesse campo

Coronel Ana Paula terá principalmente a missão de enfrentar o feminicídio no DF, que em 2023 somou 34 casos. Chefes a elogiam -  (crédito: CLDF/Divulgação)
Coronel Ana Paula terá principalmente a missão de enfrentar o feminicídio no DF, que em 2023 somou 34 casos. Chefes a elogiam - (crédito: CLDF/Divulgação)
postado em 10/01/2024 06:00

O dia 9 de janeiro de 2024 ficará marcado com um fato histórico para o Distrito Federal. Com a nomeação, nessa terça-feira (9/1), da coronel Ana Paula Barros Habka como comandante-geral da Polícia Militar Federal (PMDF) forma-se uma inédita dupla feminina à frente de duas importantes forças do Distrito Federal. O duo se completa com a coronel Mônica de Mesquita Miranda, que em janeiro do ano passado se tornou a primeira mulher da história da força a liderar o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF).

A oficialização de Ana Paula no cargo, dada pela governadora em exercício do DF, Celina Leão (PP), foi consenso entre o secretário de segurança Sandro Avelar e o governador Ibaneis Rocha (MDB). O caminho ficou aberto com o pedido de aposentadoria requisitado pelo então número 1 da corporação, o coronel Adão Teixeira de Macedo. Avelar explicou, ao Correio, que a nova comandante-geral é extremamente competente. Ela atuará especialmente na linha de frente do enfrentamento à violência contra a mulher. Somente em 2023 foram contabilizados 34 casos de feminicídio na capital federal. "Como política de segurança pública, estamos fazendo o possível para combater a violência contra as mulheres. A nova comandante é uma profissional muito respeitada na PMDF, e, como mulher, se identifica com essa pauta", disse Avelar.

Para ele, a escolha da coronel Ana Paula poderá incentivar outros estados do país a seguirem o mesmo conceito. "Com a chegada dela ao posto máximo da instituição, queremos ser modelo para o resto do país, já que somos a primeira unidade federativa a ter duas mulheres à frente das forças militares da Segurança Pública", completou.

Celina Leão, pelas redes sociais, elogiou a conduta da policial militar, que completou no ano passado 30 anos de corporação. "Pela primeira vez na história do país, as forças de segurança pública terão duas comandantes das corporações militares (...) A nossa luta para que lideranças femininas ocupem cargos de destaque é essencial para estabelecer a igualdade de gênero dentro das Forças e, assim, contribuir para a igualdade em toda a sociedade", destacou.

Além de Ana Paula, Celina nomeou o coronel Fabrício Boechat de Camargos como subcomandante-geral. E no lugar dele, no Estado-Maior, quem assume é o coronel Marcus Vinicius da Silva Antunes. Os nomes foram publicados no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), nessa terça-feira (9/1).

  • Coronel Mônica é pioneira feminina no comando dos bombeiros, que lidera desde o ano passado
    Coronel Mônica é pioneira feminina no comando dos bombeiros, que lidera desde o ano passado CBMDF/Divulgação
  • Coronel Ana Paula terá principalmente a missão de enfrentar o feminicídio no DF, que em 2023 somou 34 casos. Chefes a elogiam
    Coronel Ana Paula terá principalmente a missão de enfrentar o feminicídio no DF, que em 2023 somou 34 casos. Chefes a elogiam CLDF/Divulgação

Histórico

Desde agosto Ana Paula era subcomandante-geral da PMDF. Assumiu a atividade após a prisão da antiga cúpula da corporação, nos desdobramentos das investigações sobre os atos de 8 de janeiro do ano passado. A oficial ingressou na força em 1993 e atuou como comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do 7º Batalhão, que cuida das regiões administrativas do Sudoeste, Octogonal e Cruzeiro.

A coronel também chefiou a segurança da vice-governadoria da Casa Militar, além de departamentos do Estado-Maior. Ela, que também atuou como juíza na Auditoria Militar, acumula medalhas e condecorações. Entre seus galardões constam a Medalha Mérito Alvorada; a Medalha do Mérito Segurança Pública do Distrito Federal; e a Medalha Mérito Paz no Trânsito.

A oficial será a segunda mulher da história da corporação a ser comandante-geral da PMDF. A primeira foi a coronel Sheyla Sampaio, que exerceu a função entre janeiro e agosto de 2019, mas foi desligada após atrito com Ibaneis e com seu então secretário de segurança, Anderson Torres.

Sobre a coronel Mônica de Mesquita, ela ingressou no curso de formação de oficiais do Corpo de Bombeiros em 1993, época em que estudava psicologia. Ao longo da trajetória dela nessa corporação, foi comandante do Centro de Assistência Bombeiro Militar; atuou na Diretoria de Ensino do CBMDF; Diretoria de Investigação de Incêndio CBMDF, entre outras atribuições. Ela é condecorada com a Medalha Dom Pedro II e a Ordem do Mérito Aeronáutico.

 

 

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