Pós-carnaval

Bloco Rivotrio leva festa e discurso sobre saúde mental para Asa Norte

O bloco, na ativa desde 2011, tem expectativa de juntar 5 mil pessoas para um festejo consciente

Blocos de carnaval Rivotrio e Filhas da Mãe que saíram na 205 norte na manhã de ontem -  (crédito:  Luís Tajes/CB/D.A Press)
Blocos de carnaval Rivotrio e Filhas da Mãe que saíram na 205 norte na manhã de ontem - (crédito: Luís Tajes/CB/D.A Press)

Nem o calor, nem a chuva foram capazes de parar os foliões no pós-carnaval deste ano. Unindo os festejos com às causas de saúde mental e luta antimanicomial, o bloco Rivotrio juntou pessoas de todas as idades em um trajeto que partiu da quadra 205 Norte, em Brasília, com destino ao Choro no eixo, no Eixão, na altura da quadra 108 Norte. A previsão é que aproximadamente 5 mil pessoas passem pelo bloco.

Fantasiados e dançando desde as 10h, os participantes se concentraram em frente ao Mimo Bar, local que já é espaço do Rivotrio desde 2011. “Ao invés de ser apenas uma militância acadêmica, nós quisemos mostrar isso por meio da folia também”, explica Thiago Petra, organizador do bloco.

O grupo começou com aproximadamente 20 pessoas querendo falar sobre assuntos sérios enquanto pulam o carnaval. O interesse foi aumentando quando outros coletivos se juntaram ao festejo. “Vimos que cada vez mais gente queria falar sobre saúde mental, mas dialogar por meio de estandartes, adereços e marchinhas”, conta Thiago. Esses novos interessados foram se tornando braços do movimento. “É um bloco cheio de alas, mas alas de carnaval e não alas psiquiátricas”, brinca o organizador.

O movimento uniu outros blocos. Um deles é o Filhas da Mãe, que pula carnaval enquanto faz o questionamento: “Quem cuida de quem cuida?”. Cuidadoras profissionais e familiares se vestem e saem na rua para extravasar ao lado dos pais, mães e familiares que passam pelo processo de demência. A analista do Senai, Erika Giesbrecht, esteve no bloco pela primeira vez este ano e trouxe a mãe Lucy para curtir. “Eu estou adorando, porque eu nunca tive a oportunidade de levar a minha mãe para fora de casa desde que ela teve um AVC em 2020. São mais de três anos procurando uma coisa legal como esta”, afirma.

Porém, nem todos os presentes faziam parte exclusivamente dos discursos evocados pelo grupo. O roteirista Marcos Santiago, por exemplo, queria apenas curtir um bloco de carnaval no domingo. Trajado de Homem-Aranha e respondendo as perguntas como Peter Parker, ele fez um bom resumo do que é o Rivotrio. “A gente tem que ser intenso em tudo. O carnaval é extravagante e feliz, mas temos que desafogar as ideias sem perder o ideal”, analisa.

  • Brasília (DF), 18.02.2024- Blocos de carnaval Rivotrio e Filhas da Mãe que saíram hoje na 205 norte. Na imagem Érika Giesbrecht e sua mãe Lucy Giesbrecht. Foto Luís Tajes
    Brasília (DF), 18.02.2024- Blocos de carnaval Rivotrio e Filhas da Mãe que saíram hoje na 205 norte. Na imagem Érika Giesbrecht e sua mãe Lucy Giesbrecht. Foto Luís Tajes LUIS TAJES
  •  Brasília (DF), 18.02.2024- Blocos de carnaval Rivotrio e Filhas da Mãe que saíram hoje na 205 norte. Na imagem Marcos Santiago.Foto Luís Tajes
    Brasília (DF), 18.02.2024- Blocos de carnaval Rivotrio e Filhas da Mãe que saíram hoje na 205 norte. Na imagem Marcos Santiago.Foto Luís Tajes LUIS TAJES
  • Brasília (DF), 18.02.2024- Blocos de carnaval Rivotrio e Filhas da Mãe que saíram hoje na 205 norte.Foto Luís Tajes
    Brasília (DF), 18.02.2024- Blocos de carnaval Rivotrio e Filhas da Mãe que saíram hoje na 205 norte.Foto Luís Tajes LUIS TAJES

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postado em 18/02/2024 15:48
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