Obituário

Morre a artesã Maria Aparecida Lopes da Cruz, aos 75 anos

A artesã Maria Aparecida Lopes da Cruz estava internada havia dois meses após uma queda em que fraturou a perna. Ela morreu devido a complicações da cirurgia

A artesã Maria Aparecida Lopes da Cruz, morreu aos 75 anos, devido a complicações de duas cirurgias na perna -  (crédito: Arquivo pessoal )
A artesã Maria Aparecida Lopes da Cruz, morreu aos 75 anos, devido a complicações de duas cirurgias na perna - (crédito: Arquivo pessoal )
postado em 15/03/2024 12:05 / atualizado em 15/03/2024 18:29

Morreu na noite desta quinta-feira (14/3), aos 75 anos, a artesã Maria Aparecida Lopes da Cruz. A mulher batalhadora e dedicada à família, estava internada havia dois meses, após uma queda em que fraturou a perna. Nesse período, passou por duas cirurgias e morreu em decorrência de complicações da operação.

Mineira de Abadia dos Dourados, Maria Aparecida era mestre em fazer galinha caipira e lasanha, conquistando o título de cozinheira oficial das festas de família. Mas as habilidades não paravam por aí. Os bombons de chocolate eram apreciados até por ministros, conta o marido dela, o fotógrafo Adauto Cruz, que trabalhou no Correio Braziliense, até se aposentar. “Quando levava para a redação, também não sobrava um”, lembra.

Inquieta, Maria Aparecida tinha sede de aprender novos ofícios. Fez curso de artesanato e, deste aprendizado, se especializou em fazer bonecas caipiras. “Ela gostava tanto de bonecas que comprei uma coleção de luxo para ela. Está aqui em casa, todas arrumadinhas”, diz Adauto.

Nos últimos tempos, Maria Aparecida deixou as bonecas e os chocolates de lado para se dedicar à horta. Acordava às 9h, tomava o café da manhã e passava horas cuidando das plantas e fazendo mudas. Emocionado, Adauto Cruz agradece todo o cuidado que a mulher recebeu durante o tempo de internação e também por ter conseguido se despedir dela. “Conversei muito. Pedi perdão pelos erros que a magoaram. Também a perdoei por qualquer coisa que tenha feito. Disse para ela que era hora de descansar, que ela podia ir em paz. Não queria aquele sofrimento para ela. Quando se foi, estava linda, linda, linda.. ”, emociona-se Adauto.

Batalhadora

Uma mulher forte, batalhadora e acolhedora são as lembranças que a manicure — e melhor amiga de Maria Aparecida — Socorro Souza Galeno jamais se esquecerá. “Ela sempre pintava as unhas de vermelho. Era a cor preferida”, lembra.

Na amizade de mais de três décadas, as duas colecionaram gargalhadas, lágrimas e compartilharam saberes. “Quando minha mãe morreu, ela estava ao meu lado. Só tenho a agradecer a Deus pela oportunidade desse encontro”, diz Socorro.

Velório

Maria Aparecida será velada hoje, às 15h30, na capela 6 do Cemitério de Taguatinga. O velório será às 17h. Maria Aparecida deixa o marido Adauto, as filhas kelli e Érica, e quatro netos.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação