Entrevista | Erick Sallum

Golpistas usam inteligência artificial para cometer crimes no DF

Ao CB.Poder, delegado comenta sobre o crescimento de golpes pelos celulares e diz que todos estão sujeitos a serem uma vítima

De acordo com o delegado, todos estão sujeitos a serem vítimas de crimes como de golpes como esses. -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
De acordo com o delegado, todos estão sujeitos a serem vítimas de crimes como de golpes como esses. - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
postado em 18/03/2024 15:27 / atualizado em 18/03/2024 16:05

Com o avanço das tecnologias, a população tem ficado à mercê de golpes de diferentes tipos e mais sofisticados. No ano passado, foram registradas cerca de 50 mil ocorrências de golpes e fraudes eletrônicas no Distrito Federal, segundo o delegado Erick Sallum, da 9ª DP (Lago Norte). Até mesmo a inteligência artificial tem sido usada. Ele foi o entrevistado do programa CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — desta terça-feira (18/3). Às jornalistas Ana Maria Campos e Mila Ferreira, ele destaca que os golpistas têm suas vítimas bem definidas e muitas delas são idosas.

Erick Sallum destaca que, a partir dos anos 2.000, os bandidos estão migrando de crimes mais violentos como roubos a banco e sequestros para fraudes bancárias e golpes do pix por exemplo. “O crime organizado percebeu que é melhor não se arriscar invadindo um banco e trocando tiro com a polícia para pegar menos dinheiro do que fazendo um simples telefonema. Na DP registramos de maneira comum ocorrências acima de R$ 200 e R$ 300 mil”, pontua.

De acordo com o delegado, quando os criminosos ligam para as vítimas, eles já sabem tudo sobre ela, o que facilita no ganho de confiança. “É isso que temos que debater hoje. Como que esses dados estão sendo vendidos na internet. No final do ano passado, fizemos uma operação e aprendemos, aqui em Ceilândia, dois hackers que tinham um painel de dados. Você entrava em um site, fazia um pix de R$ 200 e tinha acesso por trinta dias a cerca de 200 milhões de CPF. A integridade da população brasileira dentro desse painel com nome, CPF, endereço, celular, data de nascimento. A partir dessa informação, conseguem direcionar as pessoas”, descreve.

Segundo Erick Sallum, como o Lago Norte e o Lago Sul são as regiões do DF com maior poder aquisitivo, são também locais mais visados pelos golpistas, mas não há uma classe social e todos estão sujeitos a caírem nesses golpes. “Funcionários de bancos, polícias, juízes e promotores. É um dia de despercebimento e você se torna uma vítima”, finaliza.

Veja a entrevista na íntegra

*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel

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