Aniversário de Ceilândia

Feira Central reúne delícias no coração de Ceilândia

No famoso centro comercial de Ceilândia, há histórias vencedoras de diversas famílias, como é o caso de Francisco Pinho, da barraca Rei do Mocotó

Em 1997, Francisco montou a própria banca, a Rei do Mocotó, onde trabalha diariamente há 27 anos -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Em 1997, Francisco montou a própria banca, a Rei do Mocotó, onde trabalha diariamente há 27 anos - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
postado em 27/03/2024 06:00

É impossível falar de Ceilândia sem citar a Feira Central. Nascida pouco tempo depois do início da cidade, mas inaugurada oficialmente em 1984, a feira é o coração da cidade e um dos maiores agrupamentos da cultura nordestina da região. Nas bancas do lugar, há longas e boas histórias, contadas por filhos e netos de famílias que chegaram à região quando "tudo ainda era barro". O empresário Francisco Pinho, 56 anos, nasceu na antiga Vila do IAPI e se mudou para Ceilândia assim que a região foi inaugurada. Ao Aqui, contou, orgulhoso, que acompanhou de perto a evolução da região administrativa, bem como da Feira Central, onde os pais trabalhavam para sustentar a família.

Quando a família de Francisco saiu da invasão para morar na cidade, ainda não havia saneamento básico nem infraestrutura, todos tinham de ir às torneiras da Caesb com baldes para abastecer as residências. "Eu sou das antigas, da época que não tinha celular, aqui era só brincadeira na rua, pega-pega, bete e futebol."

Em 1980, o pai do empresário, que trabalhava como carpinteiro, decidiu montar uma barraca na feira. A família passou a vender comidas típicas do Nordeste, como mocotó, sarapatel, cuscuz e rabada, pratos predileto dos fregueses. Na função de ajudar os pais desde cedo, Francisco criou apreço pelo lugar. Quando terminou o ensino médio, queria continuar ajudando na feira, mas os pais insistiram para que o filho fizesse algo diferente. "Trabalhei por cinco anos como bancário, depois montei uma locadora de vídeo aqui em Ceilândia, mas nada deu certo. Então meus pais me chamaram para voltar. Meu lugar sempre foi na feira!"

Em 1997, Francisco montou a própria banca, a Rei do Mocotó, onde trabalha diariamente há 27 anos. A gratidão pelo espaço é tanta, que pôde ser percebida na forma como ele se expressou ao contar sobre os momentos que ali viveu, e vive, ainda hoje, ao lado dos filhos e da família. "Eu fui criado na feira. Tudo que  tenho, a minha casa, o meu comércio e a educação dos meus filhos, eu agradeço à feira." Na feira há ainda duas barracas pertencentes a família de Francisco, a dos pais e a do irmão. 

Para o empresário, daqui a 53 anos, Ceilândia será uma cidade grande, para além do horizontal, com muitos prédios, estádios de futebol, teatros e um parque extenso. Para quem viu Ceilândia ir de uma pequena quadra para uma região administrativa com mais de 10 bairros, não é difícil crer na capacidade de metamorfose do local.

 


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