Ciência

Desvendando a vida a céu aberto em duas mostras científicas na UnB

Réplica de esqueleto de titanossauro recebe visitantes das novas exposições permanentes da universidade

  Reprodução da ossada do dinossauro achada em 2009 e trazida a Brasília dá boas-vindas no Instituto de Biologia
 -  (crédito: Fotos: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)
Reprodução da ossada do dinossauro achada em 2009 e trazida a Brasília dá boas-vindas no Instituto de Biologia - (crédito: Fotos: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)

Uma réplica, em tamanho real, do esqueleto de um titanossauro (Titanosaurus indicus) é o abre-alas de duas novas exposições permanentes, a céu aberto, no museu do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB). As mostras Desvendando o cretáceo e Desvendando o cerrado, inauguradas terça-feira (7/5), têm atraído — além de universitários — crianças e adultos. As exibições se juntam a outras duas preparadas pela instituição: Desde quando o mundo é mundo? e Cérebros iguais, porém diferentes.

A ossada do dinossauro — que, quando vivo, tinha 13 metros de comprimento, entre as extremidades do focinho e do rabo — foi produzida em uma impressora 3D. O trabalho reproduz a original do imenso réptil — que media 5 metros de altura —, encontrada no interior de São Paulo, em 2009, e única no país. "Ela foi achada no município de Marília e trazida para a UnB. Trata-se de uma espécie que ninguém havia descoberto (no Brasil), e que se alimentava só de plantas e andava em bando", explicou a diretora do Museu de Biologia, Julia Klaczko.

Depois das "boas-vindas" dadas pelos restos mortais do animal pré-histórico, os visitantes voltam ao passado. Ele assistem, por óculos de realidade virtual, a um filme que mostra como era ele agia em seu habitat natural.

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A empresária Geane Caetano, 32 anos, levou o filho Nicolas, de 14, para ver o bicho de perto e ficaram encantados. "Fiz questão de trazer (meu filho), quando soube (da exposição) por um grupo de mães", disse Geane. "Eu gosto de biologia, por isso quis vir", completou o garoto.

Além da Desvendando o cretáceo, ocorre paralelamente a Desvendando o cerrado, montada no Jardim Louise Ribeiro, no canteiro central do Instituto de Biologia. É uma montagem que reproduz o bioma do Centro-Oeste, com alguns espécimes de sua fauna e flora. "Uma coisa interessante do Cerrado é que a gente sabe que há animais, mas não os vemos. Só enxergamos rastros. Fizemos, então, pegadas e painéis mostrando de qual espécie é cada uma delas. É tudo em alto relevo", detalhou a diretora Julia Klaczko.

Ela acrescentou que essa montagem conta com a réplica de um cupinzeiro. "Muita gente não sabe, mas outros bichos também vivem dentro do cupinzeiro como forma de se proteger das temperaturas (altas), das queimadas e para se alimentar. É o caso de escorpiões, lacraias, lagartos", destacou.

Artur Rocha, de 5, ficou encantado com a estrutura de terra onde as colônias de cupins constroem ninho, túneis e salões. "Minha cunhada é mestre em botânica e trabalha no instituto. Quando ficamos sabendo, trouxemos Artur. Ele é apaixonado por dinossauros desde 1 ano de idade, e criou amor pela botânica por causa da tia", contou a mãe do menino, Irlane Rocha, ao lado do marido, Roney Rocha.

Atrações

Os visitantes do Instituto de Biologia têm à disposição outras mostras permanentes no museu da instituição. Uma delas, a Desde quando o mundo é mundo?, apresenta uma linha do tempo com a sequência das eras que o planeta Terra viveu. Desenhada no chão traz figuras das plantas e dos animais de cada período, desde o Pré-Cambriano. Outra é a Cérebros iguais, porém diferentes. Por ela, é possível conhecer diferentes formatos de cérebros, pertencentes a diferentes animais, além de curiosidades sobre o órgão e como ele permite a cada espécie interagir com o mundo.

De hoje até sábado (11/5), serão oferecidas palestras e minicursos que compõem os eventos da Semana do Ensino e da Divulgação Científica. A programação completa está no Instagram do museu. No último dia, haverá uma mesa redonda com a temática Falando de ciência: divulgação científica em mídias sociais.

O Museu de Biologia UnB, além de ser moradia para a única ossada completa de um Titanosaurus indicus encontrada no Brasil e sua cópia impressa, tem sob sua guarda mais 16 coleções científicas, com, aproximadamente, 800 mil exemplares de algas, plantas, fungos, invertebrados, vertebrados e fósseis.

Ao longo do ano, está aberto ao público, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h. Agendamentos apenas são necessários para visitas em grupo, que podem solicitá-las pelo perfil no Instagram @mbiounb, e se inscrever no link disponível na bio.

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postado em 09/05/2024 06:00