Investigação

Morre motorista de app que foi baleado em oficina no Guará

O suspeito dos disparos chegou a ser detido, passou por audiência de custódia, mas foi solto pela Justiça

Lucas foi morto com um tiro no queixo dentro de uma oficina do Guará -  (crédito: Redes sociais)
Lucas foi morto com um tiro no queixo dentro de uma oficina do Guará - (crédito: Redes sociais)

Um motorista de transporte por aplicativo, de 35 anos, morreu ao levar um tiro em uma oficina mecânica na QE 40 do Guará 2. O crime ocorreu em 21 de março e a vítima, identificada como Lucas Prado Ribeiro, ficou internada no hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu nesta quinta-feira (3/4). O suspeito dos disparos é André Luiz Rodrigues de Magalhães, filho do dono da oficina e CAC.

Luiz chegou a ser detido, passou por audiência de custódia, mas foi solto pela Justiça. Ao Correio, o pai de Lucas, Jorge Luiz do Prado, 65, detalhou a dinâmica do ocorrido e pediu Justiça pela morte do filho.

Jorge contou que Lucas fazia o serviço de entregas de comida e, devido ao baixo fluxo, decidiu alugar um carro para trabalhar como motorista de transporte por aplicativo. O veículo foi alugado em uma empresa locatária, mas o automóvel apresentou problemas no motor logo nos primeiros dias. De acordo com o pai, na quinta-feira, antes de buscar o filho de 7 anos na escola, Lucas foi à QE 40 do Guará consertar o carro.

  • Crime ocorreu dentro da oficina, na QE 40
    Crime ocorreu dentro da oficina, na QE 40 Google Maps
  • André foi preso, passou por custódia e foi solto
    André foi preso, passou por custódia e foi solto Redes sociais
  • Lucas foi morto com um tiro no queixo dentro de uma oficina do Guará
    Lucas foi morto com um tiro no queixo dentro de uma oficina do Guará Redes sociais


O rapaz passou na oficina de um amigo, que informou não conseguir arrumar o veículo naquele momento. Ele, então, procurou outro estabelecimento. Com base no depoimento de testemunhas, o pai de Lucas soube que o filho chegou ao local e pediu para que o eletricista André verificasse a falha. O autor informou que não havia qualquer problema. Lucas insistiu. André entrou novamente no veículo para fazer um teste e sentou no banco do passageiro. “Meu filho engatou a marcha ré e, sem querer, bateu em outro carro que estava na oficina e quebrou o retrovisor”, detalha Jorge.

Os disparos

Segundo as testemunhas, André desceu do carro xingando a vítima. Lucas e o autor entraram na oficina e continuaram com a discussão. Foi neste momento que André se dirigiu até uma sala, buscou uma arma e colocou na cintura. Depois, retornou para conversar com o motorista.

A discussão girava em torno da negação do serviço, pois André não queria fazer o conserto. Por outro lado, Lucas insistia. “Ele (André) disse que meu filho levou a mão por trás da cintura e ele imaginou que fosse tirar uma arma, mas meu filho estava com celular na mão. A defesa dele diz que o Lucas queria assaltar. Mas, além do meu filho não ter essa índole, onde que uma pessoa chega com um carro de R$ 100 mil para assaltar um veículo de R$ 10 mil? Isso não existe”, questionou o pai.

André efetuou disparo de arma no queixo da vítima, que atravessou o pescoço. Lucas só foi resgatado pelo socorro depois que os populares acionaram o Corpo de Bombeiros. O motorista permaneceu 15 dias internado e faleceu na quinta-feira, deixando o filho de 7 anos. A família decidiu doar os órgãos do rapaz. “Ele falava sobre isso e, aqui, quanto mais ajudarmos o próximo, melhor. Soube que seis pessoas já receberam os órgãos e isso nos alegra”, declarou o pai.

Os parentes clamam por Justiça e consideram que a prisão do autor deveria ser preventiva. André passou por custódia e ganhou a liberdade. O juiz justificou que o acusado não tem antecedentes criminais e tem endereço fixo. A reportagem tenta contato com a defesa dele.

 

O rapaz passou na oficina de um amigo, que informou não conseguir arrumar o veículo naquele momento. Ele, então, procurou outro estabelecimento. Com base no depoimento de testemunhas, o pai de Lucas soube que o filho chegou ao local e pediu para que o eletricista André verificasse a falha. O autor informou que não havia qualquer problema. Lucas insistiu. André entrou novamente no veículo para fazer um teste e sentou-se no banco do passageiro. “Meu filho engatou a marcha ré e, sem querer, bateu em outro carro que estava na oficina e quebrou o retrovisor”, detalha Jorge.

postado em 06/04/2025 20:19 / atualizado em 06/04/2025 21:12
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