
O plano de ação emergencial apresentado pela empresa responsável pelo aterro sanitário Ouro Verde foi rejeitado pelo gabinete de crise instalado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Segundo a pasta, o plano não disse, por exemplo, como fará o desvio do manancial para que a água não seja mais contaminada. Além disso, o documento não estava assinado por um responsável técnico habilitado.
"Ele não fala sobre como a pilha [de lixo] será estabilizada para que as obras possam se iniciar e também não trata sobre aonde vai ser depositado o resíduo que foi lançado no curso d'água", afirma Andréa Vulcanis, secretaria da pasta, em um vídeo publicado nas redes sociais.
A partir disso, o gabinete exigiu que a empresa apresentasse um novo plano de ação emergencial em até 24 horas. Enquanto isso, a Semad informou que vai continuar a avaliar a qualidade da água da região para garantir a segurança do consumo pela população. Já para aqueles que estão próximos ao curso d'água do Córrego Santa Bárbara e do Rio do Sal, o consumo está proibido.
Relembre o caso
Em funcionamento há pelo menos seis anos, o aterro sanitário Ouro Verde, localizado a cerca de 9 km de Brazlândia, desabou na manhã de quarta-feira (18/6), após não resistir à quantidade de resíduos depositados. Segundo informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), o aterro foi instalado irregularmente em Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio Descoberto, no município de Padre Bernardo (GO).
O local, que recebe resíduos sólidos coletados de Padre Bernardo e Cristalina, já havia sido multado em 2018, mas em 2023 voltou a operar. "A fiscalização do ICMBio voltou ao local, apreendeu três caminhões, aplicou nova multa, agora no valor de cerca de R$ 1 milhão, e embargou a área", afirmou o ICMBio em nota.
Ainda segundo a pasta, o local, que ocupa uma área de mais de 10 hectares, também já foi alvo de autuações, embargos e processos por operar sem autorização, lançando resíduos de forma irregular e causando danos ao meio ambiente, além de ser alvo de denúncias de vazamento de chorume e contaminação de água e animais.
A Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) garante que não há risco de contaminação para o sistema hídrico brasiliense. "Após análise do local do incidente, foi constatado que tanto o ponto de transbordamento quanto toda a área de armazenamento dos resíduos estão localizados fora dos limites da bacia hidrográfica do Descoberto", informou a companhia. A instituição afirmou que realizou vistoria técnica no local, com sobrevoo de drone, e concluiu que o incidente não interfere na captação de água que abastece a capital. "A vistoria confirmou a inexistência de qualquer risco de contaminação da Bacia do Descoberto", destaca.
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O ICMBio ressaltou que adotará as medidas necessárias para responsabilizar os envolvidos e impedir a continuidade de atividades perigosas para a biodiversidade da região. "Reafirmamos nosso compromisso com a proteção da APA da Bacia do Rio Descoberto e com a integridade dos ecossistemas e da população que depende desses recursos naturais", concluiu, sem detalhar quais são as providências.
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