
A TV Brasília tornou-se a primeira emissora do país a utilizar inteligência artificial para simulação de histórias policiais em telejornais. O objetivo é mostrar com mais clareza os bastidores de investigações policiais e episódios de violência.
Segundo o gerente de Jornalismo da TV Brasília, Patrício Macedo, o uso da IA já está em discussão, e a forma como a emissora decidiu incorporar o recurso é considerada útil e bem-vinda.
“O letramento digital é necessário para naturalizarmos o debate sobre o uso desse sofisticado modelo de linguagem, capaz de produzir narrativas criminosas e golpes cibernéticos com uma perfeição cada vez mais preocupante. O uso da tecnologia é um tremendo avanço social, mas também representa uma ferramenta perigosa quando manipulada inadequadamente para propósitos escusos, como temos acompanhado diariamente em todo o mundo”, explica.
Cerca de quatro milhões de telespectadores acompanham a TV Brasília diariamente. Os altos índices de audiência reforçam a necessidade de aliar-se a novas tecnologias e formas de contar histórias, como detalha o presidente do Correio Braziliense e da TV Brasília, Guilherme Machado: “A ideia é caminharmos em sintonia com os novos recursos tecnológicos, mas, principalmente, nos aproximar ainda mais do público, que é nossa matéria-prima essencial.”
A novidade foi lançada na semana passada, durante uma parceria da emissora com o Correio, que investigou a rota de uma organização criminosa que abastecia o mercado clandestino de joias por meio de furtos e assaltos cometidos em shoppings dos grandes centros do país.
Ao vivo, o apresentador Lucas Móbille e a repórter do Correio Darcianne Diogo exploram imagens geradas por IA para ilustrar a forma de atuação da quadrilha.
Assista à reportagem:
Como é possível observar no exemplo acima, o jornalismo passou a utilizar imagens geradas por IA para ilustrar a dinâmica dos crimes. O telespectador do Jornal Local é imediatamente informado de que se trata de cenas fictícias, criadas por computadores.
“Realidade e ficção se encontram, mas não se confundem. São linguagens distintas, que se complementam como estratégia editorial para alertar e esclarecer o público sobre os limites e riscos da IA na era das fake news”, conclui Patrício Macedo.